Título

COMPARAÇAO DA SEGURANÇA E EFICACIA DA TERAPIA DE INDUÇAO COM DOSE UNICA DE TIMOGLOBULINA X BASILIXIMAB NO TRANSPLANTE RENAL PEDIATRICO

Introdução

Nas últimas duas décadas, a terapia de indução tornou-se um componente padrão dos protocolos de imunossupressão no transplante renal. No entanto ainda há incertezas quanto a melhor dose e duração para prevenir rejeições agudas sem aumentar o risco de infecções ou malignidade, especialmente na população pediátrica. O objetivo principal desse estudo foi avaliar a eficácia e segurança da indução com dose única de timoglobulina em comparação com indução com basiliximab no transplante renal pediátrico.

Material e Método

Foram avaliadas retrospectivamente 266 crianças que foram submetidas a transplante renal em nosso centro do período de Mai/2013 a Abril/2018. Foram excluídos os pacientes com PRA > 50%, submetidos a re-transplante renal, pertencentes a outros protocolos de estudo e com perda de seguimento no primeiro ano pós-transplante. Nós comparamos a incidência de rejeição, infecções virais, doenças proliferativas pós-transplante e sobrevida do paciente e do enxerto no período de um ano entre os pacientes que receberam indução com basiliximab (n=113) e os que receberam indução com timoglobulina dose única 3mg/kg (n=114)

Resultados

Os paciente que receberam indução com timoglobulina apresentaram menor taxa de rejeição tratada (19%) quando comparados com aqueles que receberam indução com basiliximab (34%), no primeiro ano pós-transplante (p = 0,01) o mesmo ocorreu com a taxa de rejeição aguda comprovada por biopsia (18% x 32%, p=0,002) e presença de mais de um episódio de rejeição no primeiro ano (4% x 13%, p=0,01). Não houve diferença em relação a taxa de infecção por CMV entre os paciente no grupo timoglobulina (33%) e no grupo basiliximab (37%), p = 0,5), porém os paciente no grupo basiliximab apresentaram maior taxa de infecção por CMV após tratamento de rejeição (14%) quando comparados ao grupo timogloblina (6%), p= 0,04. Os pacientes no grupo baxilimab também apresentaram maior taxa de infeção por EBV (7%) em comparação com o grupo timoglobulina (1%), p=0,02, porém sem aumento no diagnóstico de PTLD no primeiro ano de seguimento (1% x 3%, p=0,28). A taxa de sobrevida do paciente e do enxerto foram respectivamente, 100% e 97% no grupo timoglobulina; e de 98% e 94% no grupo basiliximab.

Discussão e Conclusões

A indução com dose única de timoglobulina na população pediátrica de baixo risco imunológico demonstrou-se eficaz e segura na população em comparação com a indução com basiliximab nesse grupo.

Palavras Chave

Timoglobulina ; Basiliximab; Transplante Renal Pediátrico

Área

Transplante

Instituições

Hospital do Rim - São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

Luciana de fatima Porini Custódio, Suelen Stopa Martins, Laila Almeida Viana, Marina Pontello Cristelli, Monica Nakamura, Helio Tedesco Silva, Jose Medina Pestana