Título

LOCKTERAPIA EM INFECÇÕES DE ACESSO DE HEMODIÁLISE: QUANDO USAR?

Introdução

No Brasil, a terapia renal substitutiva predominante ainda é a hemodiálise. Um dos pilares para seu sucesso é o manejo adequado e atenção contínua do acesso vascular. Devido à durabilidade e menor risco de infecção, a confecção da fístula arterio-venosa (FAV) ainda é a primeira escolha para o paciente. Contudo, naqueles com falha de acesso vascular, o uso do cateter de longa permanência – permcath – é alternativa segura. A preocupação constante desse tipo de acesso recai sobre a chance de infecção de corrente sanguínea, que pode ser até 4 vezes maior nesses pacientes quando comparado à FAV.

Material e Método

Este trabalho tem como objetivo avaliar as indicações disponíveis atualmente para uso de lockterapia em permcaths. Para isso, foi realizada revisão bibliográfica em bases de dados digitais, como PubMed, Lilacs e Scielo, no período de 2002 a 2021

Resultados

O uso de lockterapia com antibióticos, como vancomicina ou amicacina, tem como preceito a tentativa de manutenção do acesso, principalmente em casos de falhas de acesso vascular prévia. Sendo assim, os pacientes que se enquadrem no critério de infecção de corrente sanguínea por acesso central devem ser s inicialmente quanto aos critérios de gravidade, já que casos graves, como sepse, devem ter seu cateter retirado. Já em quadros não complicados, os pacientes são elegíveis para o uso de lockterapia na tentativa de manutenção do acesso nesses pacientes em que já se esgotaram as tentativas de confecção de fístulas arterio-venosas. O uso de lockterapia com vancomicina tem sido o mais recomendado nesses casos. Sugere-se o uso de 1ml de vancomicina + 1 ml de heparina não fracionada em cada lumem no fechamento dos permcaths. O sucesso da terapia em cateteres de diálise pode variar de 41 a 100%, alcançando melhores níveis com bacilos gram-negativas, S. coagulase negativa e Enterococcus sp. Em alguns centros há também sugestões do uso dessa solução de forma profilática para os permcaths.

Discussão e Conclusões

A manutenção do acesso de diálise para o paciente é essencial para a continuidade de seu tratamento. Contudo, sabemos que o uso de cateteres venosos centrais aumento o risco de infecções e diminui a vida útil desses acessos, impactando diretamente na sobrevida dos pacientes. Ações que impactem em melhor controle de infecções e consequentemente, manutenção do acesso, garantindo segurança ao paciente, devem ser sempre almejadas. Em nossa pesquisa, vimos que o uso de lockterapia com vancomicina nesses casos tem obtido resultados satisfatórios.

Palavras Chave

Lockterapia, infecções, hemodiálise.

Área

Ligas Acadêmicas

Instituições

Universidade de Ribeirão Preto - RIBEIRAO PRETO - São Paulo - Brasil

Autores

Paulo Renato Randi Massa Pellegrini, Laíse Alves Ribeiro, André Luiz Ciccilini, Laura Do Nascimento Marques, Vanessa Ciccilini Guerra