Título

A PREVALENCIA DE HIPOVITAMINOSE D EM PACIENTES RENAIS CRONICOS EM UMA CLINICA DE HEMODIALISE

Introdução

A doença renal crônica (DRC) é sabidamente um fator de risco para a deficiência de vitamina D, fato que aumenta ainda à medida que o paciente evolui nos estágios crônicos da doença, até níveis dialíticos. Essa associação influencia não apenas em disfunção osteometabólica, mas também no surgimento de neoplasias e risco elevado de doenças cardiovasculares. Baixos níveis de vitamina D tem sido relacionados ao aumento da mortalidade tanto na população geral quanto em pacientes em diálise.

Material e Método

O objetivo do presente trabalho foi estudar a frequência de hipovitaminose D em pacientes renais crônicos acompanhados em uma unidade dialítica. Os níveis de 25(OH) D foram dosados ao início da pesquisa e repetidos após 6 meses, com reposição nos casos que necessitavam.

Resultados

Foram analisados os níveis séricos de 25(OH) D em 291 pacientes portadores de DRC em hemodiálise, maiores de 18 anos. Do total, 99 (34%) dos pacientes eram do sexo feminino. Nenhum dos pacientes apresentava clinicamente e/ou exames complementares sugestivos de hepatopatia grave e neoplasia maligna. Cinco deles faziam uso de prednisona por comorbidade associada (3 por lúpus eritematoso sistêmico, 1 artrite reumatóide e 1 miastenia gravis). Do total de pacientes analisados, 146 (50%) apresentaram níveis baixos de 25(OH) séricos, ou seja, tinham concentrações séricas ≤ 30 ng/mL; destes, 132 (90%) foram considerados como insuficientes em vitamina D e os demais (10%) apresentavam níveis inferiores a 15 ng/mL, sendo considerados deficientes. Nenhum paciente apresentava níveis inferiores a 5 ng/mL, considerado como insuficiência severa. Dentre os pacientes com hipovitaminose, todos receberam prescrição para reposição de vitamina D, mas apenas 48 (32%) conseguiram alcançar níveis adequados após 6 meses de reposição por via oral com colecalciferol.

Discussão e Conclusões

A vitamina D apresenta diversas funções biológicas nos sistemas cardiovascular, osteomuscular e imunológico, e está diretamente relacionado a alta frequência de distúrbios ósseos graves em pacientes em diálise. A análise dos dados em nossa unidade de diálise corroborou os dados que indicam altos níveis de hipovitaminose em pacientes dialíticos, com 50% dos casos analisados, mas com predomínio no sexo masculino (65%). A complementação deve ser realizada sempre que necessário e acompanhado após o tempo de tratamento, pois muitas vezes a reposição neste grupo de pacientes é mais prolongada do que na população geral.

Palavras Chave

doença renal crônica, hemodiálise, vitamina D

Área

Ligas Acadêmicas

Instituições

Universidade de Ribeirão Preto - Ribeirão Preto - São Paulo - Brasil

Autores

Vitória Neracher Palin, Nathalie Cristine Canteri, Victória Campos Giongo, André Luiz Ciccilini, Vanessa Ciccilini Guerra