Título

PERFIL DE PACIENTES RENAIS CRONICOS EM HEMODIALISE COM EVOLUÇAO PARA COVID-19 FORMA GRAVE

Introdução

A pandemia da COVID-19 surgiu como uma crise sanitária e econômica em vários países, especialmente no Brasil. A doença renal crônica é fator de risco bem estabelecido para a doença, bem como para a evolução de sua forma grave. Somado ao fato de grande parte desses pacientes também serem portadores de outras doenças crônicas, como hipertensão arterial e diabetes mellitus, outras variáveis também estão sendo associadas ao agravamento do quadro, como sexo masculino, presença de síndrome cardiorrenal e tempo em terapia renal substitutiva (TRS).

Material e Método

Este estudo tem como objetivo avaliar os principais determinantes de evolução para forma grave da COVID-19 e o desfecho de morte por esta causa em pacientes renais crônicos de uma clínica de diálise.

Resultados

Foram seguidos 253 pacientes dialíticos (sendo apenas 5 em diálise peritoneal e os demais em hemodiálise) no período de 14 meses. Destes, 77 (30%) testaram positivo para COVID-19 no período, sendo que 15 (19%) deles evoluíram para necessidade de intubação orotraqueal e posterior óbito. Os demais pacientes apresentaram forma leve ou moderada, mas sem necessidade de ventilação invasiva, evoluindo com boa recuperação. Foram descartados 140 casos suspeitos no período. Dos pacientes que foram a óbito, 10 (66%) eram do sexo masculino, todos eram portadores de hipertensão arterial, 10 (66%) eram portadores de diabetes mellitus e 5 (33%) eram obesos. O tempo médio em diálise dos pacientes foi de 3,8 anos, sendo que o paciente em mais tempo de TRS tinha 8 anos e o mais novo 1 ano. Apenas dois desses pacientes tinham insuficiência cardíaca grave, com fração de ejeção reduzida. A idade média dos pacientes foi de 59 anos, sendo o paciente mais idoso com 75 anos e a mais jovem com 33 anos.

Discussão e Conclusões

A análise dos dados vistos em nossa clínica foi ao encontro do que se encontra documentado em literatura até o presente. Desta forma, especial atenção deve ser dedicada aos pacientes diabéticos, obesos e cardiopatas, já que possuem maior chance de evolução para forma grave da doença. Os pacientes devem ser avaliados em todas as sessões de diálise em busca de sinais e/ou sintomas de alerta, para que a condução do caso seja realizada de forma precoce, a fim de melhores desfechos clínicos.

Palavras Chave

Doença Renal Crônica, COVID-19, Síndrome Cardiorrenal, Terapia Renal Substitutiva.

Área

Ligas Acadêmicas

Instituições

Universidade de Ribeirão Preto - RIBEIRÃO PRETO - São Paulo - Brasil

Autores

Ana Laura Vieira Carneiro Mendonça, Carolina Kakiuthi Martins, Victória Campos Giongo, Vanessa Ciccilini Guerra Mochiuti