Título

PERFIL E EVOLUÇAO DOS PACIENTES COM COVID-19 EM HOSPITAL DE REFERENCIA NO INTERIOR PAULISTA DURANTE A PRIMEIRA ONDA DA PANDEMIA NO BRASIL

Introdução

Introdução: A doença viral causada pelo SARS-CoV2 acarreta desde quadros assintomáticos ou leves, até a síndrome respiratória aguda grave com evolução para disfunção de múltiplos órgãos e morte. Desde março de 2020 o mundo vive essa pandemia, e, no Brasil, já são mais de 17 milhões de casos e 500 mil mortes.

Material e Método

Objetivos: Esse estudo objetivou descrever o perfil e a evolução dos pacientes infectados admitidos em hospital de referência para COVID-19 do interior paulista durante a primeira onda da pandemia no Brasil. Metodologia: Estudo do tipo coorte retrospectivo que avaliou pacientes com diagnóstico de infecção pelo SARS-CoV2 internados em Hospital Público, Terciário e de Referência para COVID-19 em 2020, desde a admissão até o desfecho do quadro (alta hospitalar ou óbito).

Resultados

Resultado: Foram admitidos 347 pacientes com o diagnóstico de COVID-19, em 2020, dos quais 52,4% necessitaram de cuidados de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os meses de maior admissão hospitalar foram julho (17,9%), agosto (16,7%) e dezembro (14,4%). Houve predomínio do sexo masculino (57,6%), a média de idade foi 59,9±16,0 anos e HAS foi a comorbidade mais frequente (60,5%), seguida de diabetes (36,0%), obesidade (27,1%) e tabagismo (24,2%). Dentre os medicamentos cronicamente mais utilizados, destacaram–se os IECA/BRA (41,5%) e diuréticos (26,8%). A necessidade de ventilação mecânica e droga vasoativa ocorreu, respectivamente, em 39,5% e 40,3% dos pacientes. Dentre os pacientes que tinham urina 1 à admissão hospitalar, a presença de hematúria e proteinúria ocorreu em 36,9% e 31,1%, respectivamente. A incidência de injúria renal aguda foi de 46,40%, com predomínio de KDIGO 3 (53,4%) e a mortalidade geral foi de 36,0%. O tempo médio de internação foi de 12,6±10,1 dias. Houve predomínio da população idosa (72% dos pacientes hospitalizados), na qual o desenvolvimento da IRA e a mortalidade foram maiores quando comparada à população não idosa. (56,7% vs. 41,3%, p =0,006 e 48,3% vs. 22,8%, p <0,001).

Discussão e Conclusões

Conclusão: Os pacientes com COVID-19 internados em hospital paulista de referência durante a primeira onda da pandemia são, na maioria, homens, hipertensos e idosos. Em relação à evolução do quadro, aproximadamente metade dos pacientes necessita de cuidados de UTI e desenvolve IRA, e mais de um terço evolui a óbito, desfechos esses ainda mais prevalentes na população idosa.

Palavras Chave

COVID-19, primeira onda, perfil, evolução, interior paulista, hospital de referência

Área

Ligas Acadêmicas

Instituições

Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP - Botucatu - São Paulo - Brasil

Autores

Bruna Kaori Yuasa, Rafael Felipe Ronqui, Luís Eduardo Magalhães, André Balbi, Daniela Ponce