Dados do Trabalho


Título

HIPERPLASIA DE CELULAS NEUROENDOCRINAS PULMONARES DIFUSAS - A PROPOSITO DE UM CASO

Objetivo

Relatar em caso com evolução benigna de hiperplasia de células neuroendócrinas pulmonares difusas sem obstrução ao fluxo aéreo.

Relato do Caso

Paciente do sexo feminino, 69 anos, não tabagista, com histórico de pneumonia de repetição, fez, em uma de suas internações clinicas, o diagnóstico de uma lesão endobrônquica localizada brônquio do lobo médio com obstrução luminal. Submetida a lobectomia média em abril de 2020 sem intercorrências por vídeo. O anatomo patológico revelou se tratar de carcinoide típico e margens cirúrgicas e linfonodos ressecados livres de neoplasia. Submetida a broncoscopia em outubro de 2020 que não evidenciou lesão remanescente do coto brônquico do lobo médio e demais segmentos da árvore traqueobrônquica. A cirurgia foi considerada curativa. Após queixa ambulatorial de hemoptoicos foi submetida a nova broncoscopia que revelou via aérea pervia sem sinais de estenose, coto brônquico do lobo médico livre de lesões e múltiplas lesões nodulares na mucosa brônquica e traqueal de aproximadamente 3-5 mm cujo diagnóstico histológico e imuno-histoquímico apontaram tumor carcinoide típico. Essas lesões se distribuíam de forma biliteral na árvore respiratória com predomínio nos segmentos brônquicos principais, carina e traqueia, apesar de serem visualizadas eventualmente em brônquios segmentares. A primeira abordagem endoscópica para tratamento das lesões foi realizada com uso de laser Diodo com cauterização das lesões em janeiro de 2021. Em março de 2021, a paciente foi submetida a nova terapia endoscópica com crioprobe. Manteve-se assintomática até maio de 2021, onde novamente com queixa de hemoptoicos, onde foi submetida a terapia endoscópica com plasma de argônio. A bordagem com plasma de argônio foi repetida em julho de 2021 com cauterização das lesões como controle. Após período de mais de um ano assintomática, foi submetida a endoscopia de segmento e terapia com plasma de argônio em setembro de 2022. Em 10 de janeiro de 2023, nova abordagem com plasma de argônio foi realizada. No momento encontra-se sem hemoptoicos.

Cabe ressaltar que em nenhuma das avaliações endoscópicas, que totalizaram 8 avaliações, foi notada estenose da árvore brônquica. As lesões mostram em sua maioria aspecto de nódulos mucosos, sem hipervascularização superficial, por vezes adensados em pequenos grupos de 2 a 4 nódulos distribuídos preferencialmente na via aérea central. Não foi notada lesões a cima da prega vocal, apesar de terem sido tratadas com plasma de argônio lesões a cerca de menos de 1 cm das pregas vocais na região subglótica. Além disso, as lesões tratadas com laser, diodo, crioterapia e plasma de argônio apresentaram boa resposta terapêutica e raramente mostravam recidiva local. Notamos que os sintomas de hemoptoicos eram relacionados a surgimento de novas lesões que, apesar de não mostrar hipervascularização superficial, por vezes mostram-se recobertas de restos hemáticos. Atualmente, 3 anos após o diagnóstico inicial, a paciente mantém ausência de achado no parênquima pulmonar e coto brônquico do lobo médio e segue ambulatorialmente com controle das lesões e sem sinais de estenose da árvore respiratória.

Área

Cirurgia das Vias Aéreas

Instituições

Hospital Unimed Volta Redonda - RJ - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

VITORIO MOSCON PUNTEL, BRUNO JOSE MARTINI-SANTOS, RODRIGO ZILLIG GAC SANTOS, ANNA CAROLINA FONTOURA MACHADO