Dados do Trabalho


Título

ASPECTOS TECNICOS DO TRANSPLANTE CARDIOPULMONAR

Objetivo

Expor uma série de 3 casos de transplante cardiopulmonar realizados em nosso serviço, destacando os principais aspectos técnicos desse procedimento cirúrgico

Método

Estudo retrospectivo de pacientes submetidos a transplante cardiopulmonar em 2022 em centro único nacional que realiza tal procedimento

Resultados

Caso 1 - masculino, 23 anos, com diagnóstico de hipertensão pulmonar secundário a comunicação inter-ventricular, pressão sistólica da artéria pulmonar (PSAP) de 101 mmHg. CEC 195min, isquemia 225 min. Recebeu alta hospitalar no 17º pós operatório (PO). Caso 2- feminino, 33 anos, com diagnóstico de hipertensão de artéria pulmonar secundário a tromboembolismo pulmonar crônico, PSAP de 125 mmhg, ventrículo direito com dilatação importante (58mm) e desempenho sistólico reduzido em grau importante, valva tricúspide com refluxo moderado a importante e refluxo moderado em valva pulmonar . cec 130 min, isquemia 288 min. Recebeu alta hospitalar no 15º PO. Caso 3 - feminino, 47 anos, com hipertensão pulmonar associada a aneurisma de tronco de artéria pulmonar (78 mm), artéria pulmonar direita (48 mm) e artéria pulmonar esquerda (45 mm), sendo indicado o transplante cardiopulmonar pela dilatação de artéria pulmonar. cec 130min, isquemia 220min. Evoluiu no 3º PO com disfunção primária de enxerto pulmonar, sendo submetida a ECMO veno-venosa. Retirada de ECMO em 7º PO. Necessitou de terapia de substituição renal, mas teve recuperação de função renal ao longo da internação. Recebeu alta hospitalar no 37º PO.
Diferentemente da captação de pulmão isolado, não há abertura do átrio esquerdo, e portanto não é realizada a perfusão pulmonar retrógrada. A drenagem é realizada através da abertura da veia cava inferior e da aurícula esquerda, e o coração é resfriado com solução salina gelada. Posteriormente é realizada a secção da veia cava superior e do arco aórtico próximo a artéria braquiocefálica.
No receptor, a incisão de escolha é a esternotomia transversa. Seguida da extração cardíaca e pulmonar, tendo como diferencial a preservação de um feixe de pericárdio bilateralmente onde estão localizados os nervos frênicos; e a manutenção de um fragmento da artéria pulmonar esquerda próxima ao ducto arterioso para preservação do nervo laringeo recorrente.
A seguir coloca-se o bloco preparado na cavidade torácica do paciente receptor, posicionando os pulmões posteriormente aos segmentos de pericárdio remanescente até sua posição anatômica. São então realizadas as anastomoses brônquicas e sua cobertura com um fragmento de pericárdio.

Conclusões

Em recente metanálise, comparando resultados para sobrevida de 1 ano a 10 anos, vida livre de disfunção crônica do enxerto, estadia em UTI, tempo de internação, tempo de ventilação pós-operatória, mortalidade hospitalar e complicações cirúrgicas entre a realização de transplantes cardiopulmonares e duplo transplante pulmonar, não foram observadas diferenças significantes estatisticamente. Contudo, pacientes submetidos ao transplante cardiopulmonar são mais graves e há uma tendência a menor disfunção crônica do enxerto nesta população, o que caracteriza uma vantagem deste procedimento. A nossa série de casos exemplifica a factibilidade desse procedimento

Área

Pneumopatias Avançadas

Instituições

Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - Brasil

Autores

GUILHERME VIEIRA CARVALHO, EVELYN SUE NAKAHIRA, ENZZO DE ALMEIDA GALLAFASSI, FELIPE MATIAS BERG, GUSTAVO NIANKOWSKI SALIBA, OSWALDO GOMES JR, FABIO ANTONIO GAIOTTO, MARCOS NAOYUKI SAMANO