Dados do Trabalho


Título

Uso do Software QuPath para Validação e Quantificação da Instabilidade de Microssatélites no Câncer de Pulmão Não Pequenas Células

Objetivo

Avaliar o software QuPath como método de quantificação da instabilidade de microssatélites (IMS) no câncer de pulmão (CP) e descrever a frequência dos marcadores moleculares MLH1, MSH2, MSH6 e PMS2 e associação dos mesmos com dados clínicos, sociodemográficos e histopatológicos em pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC).

Método

Foi realizado Microarrays de tecido de carcinomas de pulmão e, em seguida, escaneados. A imuno-histoquímica dos marcadores MLH1, MSH2, MSH6 ou PMS2 foi importada para QuPath . Para cada lâmina de TMA digitalizada , os vetores de coloração foram analisados automaticamente seguido pela detecção da área total do tecido, separação das áreas tumorais de áreas não tumorais em cada núcleo e, finalmente, detecção celular automática. As células positivas foram atribuídas, por meio do limiar de densidade óptica das células selecionadas, testadas em cada núcleo e após validação por um patologista especialista, aplicado a todo o array.Para cada marcador, empregou-se um limite após um método manual de tentativa e erro e os resultados foram estabelecidos como o número de células positivas por mm2 de tecido e exportados do software. Um script correspondente foi gerado e executado em todos os slides importados do TMA de cada marcador, automatizando as etapas de detecção e exportação em todos os slides. A patologia computacional foi realizada em um Intel Core i7 6700K de prateleira com 32GB de RAM e 512GB de SSD, executando-se o software mencionado no Windows 10.

Resultados

Dos 127 casos, 42 foram testados para MLH1, com perda de expressão (PE) ocorrendo em 38 (90,4%), dos quais 20 (52,6%) eram do sexo feminino (SF) e 13 (34,2%) tabagistas ou ex-tabagistas. Para o MSH2, dos 65 casos avaliados, houve PE em 62 (95,3%), sendo 32 (51,6%) do SF e 20 (32,2%) tabagistas ou ex-tabagistas. Foram analisadas 104 amostras para MSH6, com PE em 10 (9,6%), sendo 3 (30%) tabagistas ou ex-tabagistas e havendo predomínio em homens, com 7 casos (70%). Para PMS2, também foram testadas 104 amostras, sendo verificada PE em 89 (85,5%), com 49 (55%) do SF e 22 (24,7%) tabagistas ou ex-tabagistas. A mediana de idade da amostra total foi 63,5 anos. Não foram encontradas associações entre os marcadores e sexo, idade, tabagismo, subtipos de CPNPC, invasão vascular, linfática ou perineural (p>0,05) e nem houve correlação de nenhum dos marcadores com a sobrevida. A perda da co-expressão mais comum foi MSH2/PMS2 (55,7%), seguida da MLH1/MSH2 (36,5%) e MLH1/PMS2 (n= 35,5%).

Conclusões

Na literatura observa-se que a presença de instabilidade de microssatélites no CP, particularmente o CPNPC, mostra resultados altamente divergentes, com frequências de instabilidade variando de zero a mais de 40% dos cânceres analisados, conforme observado em nossa pesquisa.Mais estudos correlacionando esses marcadores com variáveis clínicas são necessárias.

Área

Oncologia Torácica

Instituições

Universidade de Fortaleza - Ceará - Brasil

Autores

HELVÉCIO NEVES FEITOSA FILHO, MARIA CAROLINA ROCHA MUNIZ, VÍCTOR QUEIRÓS CALHEIROS CAMPELO MAIA, RIAN VILAR LIMA, MARIANA MACÊDO MILITÃO MENDONÇA, MARCELO LUIZ BALANCIN, JULIANA CARNEIRO MELO