Dados do Trabalho


Título

TRATAMENTO CIRURGICO DE DEFEITOS CONGENITOS X DE PAREDE TORACICA

Objetivo

Considerando o relevante impacto das malformações da parede torácica no desenvolvimento psicossocial, e mesmo na sintomatologia cardiorrespiratória nos indivíduos acometidos, especialmente em casos de Pectus Excavatum e Pectus Carinatum (COELHO et al., 2003), o presente estudo objetiva evidenciar as diferenças regionais brasileiras quanto a incidência da prática de cirurgias reparadoras de defeitos congênitos na parede torácica. Desse modo, este estudo visa observar possíveis discrepâncias regionais de acesso a essas cirurgias de correção, de forma a analisar comparativamente a quantidade de nascidos vivos com defeitos congênitos na parede torácica, e o número de indivíduos que passam por tratamentos cirúrgicos de correção para estes tipos de deformidade, entre as regiões do Brasil, através do SUS, ao longo do período de 2016 a 2020.

Método

Este é um estudo observacional descritivo, no qual foram utilizados dados coletados no Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) e no Sistema de Informações Hospitalares (SIH), ambos contidos na plataforma DATASUS. Pelo SINASC, foi avaliada a população Nascidos Vivos com Anomalia ou Defeito Congênito sob as variáveis: UF Nascimento e CID Anomalia Q676, Q677, Q678, Q768, Q769 (anomalias do tórax). Pelo SIH, foram avaliados os Procedimentos Cirúrgicos de Defeitos Congênitos do Tórax sob as variáveis: AIH Aprovadas por Região e Ano Processamento. Os dados foram filtrados no período de 2016 a 2020 e tabulados no Microsoft Excel.

Resultados


De 2016 a 2020, foram diagnosticados 663 casos de anomalias congênitas do tórax no Brasil, sendo o Sudeste a região com maior incidência (289 casos, representando 43%), seguido do Nordeste, com 172 casos (26%), enquanto as demais regiões tiveram menos de 100 casos. Em relação às AIH para correção cirúrgica, o Sudeste apresentou 59% das internações, seguido do Sudeste com 24,5%. Juntos, Sul e Sudeste realizaram 85% das internações, enquanto apresentaram 54% dos diagnósticos.

Conclusões

Foi explicitado que o índice de realização de cirurgias corretoras em cada região é desproporcional à incidência destas anomalias em suas respectivas localidades, uma vez que o Sul e Sudeste concentraram aproximadamente 85% das internações para operações nacionais, enquanto apresentaram apenas 54% dos diagnósticos no período analisado. A partir dessa perspectiva, pode-se concluir que o eixo Sul-Sudeste, regiões economicamente mais desenvolvidas, têm atuação majoritária nessas cirurgias e chegam a extrapolar sua demanda local. Nesse sentido, fica clara a desigualdade de acesso aos cuidados para as malformações do tórax e diversos questionamentos precisam ser feitos para se identificar as vertentes do problema - há maior investimento no eixo Sul-Sudeste na cirurgia torácica? Mais profissionais especialistas na área nessas regiões? Quais medidas de saúde pública as demais regiões precisam tomar para proporcionar adequadamente essas cirurgias?

Área

Deformidades da Parede Torácica

Instituições

Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública - Bahia - Brasil

Autores

PEDRO AUGUSTO DE JESUS ALMEIDA, ELLEN BEATRIZ OLIVEIRA MENEZES, HELOÍSA PEREIRA GALVÃO DE CARVALHO, MARIANA COPELLO QUEIROZ GUIMARÃES, MYRIAM SOFIA ANGELI GUIMARÃES DE OLIVEIRA, JULIANA LEAL SILVA COSTA, GILBERTO FERREIRA ABREU