Dados do Trabalho


Título

REPARO ASSISTIDO POR ROBOTICA DE GRANDE LACERAÇAO TRAQUEAL IATROGENICA COM SUPORTE DA ECMO

Objetivo

O suporte da ECMO e a plataforma robótica permitem que os cirurgiões mantenham, com segurança, a oxigenação durante o procedimento e realizem uma reconstrução traqueal minimamente invasiva, completa e segura. Este vídeo descreve o uso da plataforma robótica associada a ECMO veno-venosa como uma excelente opção para evitar grandes traumas cirúrgicos e melhorar os resultados cirúrgicos em laceração traqueal pós-intubação.

Resumo do vídeo

Paciente de 83 anos, do sexo feminino, com diagnóstico de covid 19 foi submetida a intubação orotraqueal no décimo dia de sintoma. Logo após intubação evoluiu com enfisema de subcutâneo generalizado. Realizada broncoscopia com achado de lesão de 6cm transmural em parede posterior traqueal, do terço médio traqueal até brônquio principal esquerdo.
A paciente foi submetida a ECMO veno-venosa em contexto de descompensação respiratória. As cânulas foram inseridas na região inguinal bilateralmente por causa do enfisema subcutâneo - a veia femoral direita para drenagem e a veia esquerda para retorno. Após 12 horas de estabilidade com melhora de perfil gasométrico, foi realizada a correção robótica da traquéia utilizando a plataforma cirúrgica Da Vinci Xi® com quatro portas de 8 mm para os braços robóticos e uma porta de 15 mm para o assistente usando uma abordagem do lado direito .
A cirurgia começou com a abertura da pleura mediastinal, dissecando e grampeando a veia ázigos para melhor exposição de toda a parede posterior da traquéia e carina. Após limpeza de pequenas coleções mediastinais, isolamento do esôfago e correta identificação de toda a lesão com auxílio da broncoscopia, o reparo foi feito com sutura contínua com Stratafix 3.0 na traqueia e sutura interrompida com 4.0 PDS® no brônquio principal esquerdo. Não houve complicações e nenhum vazamento de ar neste processo. O uso de gás carbônico para manter o pneumotórax durante o procedimento com vias aéreas abertas foi seguro e não causou hipercapnia. Devido à causa básica e ao tempo de intubação, foi realizada traqueostomia percutânea guiada no mesmo momento. Devido aos parâmetros ventilatórios satisfatórios e boa autonomia ventilatória, a ECMO foi retirada ao final do procedimento cirúrgico. A paciente teve recuperação gradual e favorável com cuidados clínicos intensivos, antibioticoterapia e melhora respiratória progressiva. Foi decanulada da traqueostomia trinta e seis dias após a cirurgia, e ela recebeu alta hospitalar no quadragésimo sétimo dia.
A laceração traqueal pós-intubação continua a ser um problema desafiador, ainda que persistente, em todo o mundo. Sua incidência aumentou, previamente de 0,005% para 0,48%, sendo a epidemia de SARS-CoV-2 relacionada a esse comportamento epidemiológico. O reparo cirúrgico é o tratamento definitivo, sendo a forma robótica menos invasiva, algo a ser considerado em um paciente com contexto já grave.

Área

Fronteiras em Cirurgia Torácica

Instituições

Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - Brasil

Autores

OSWALDO GOMES JR, JOÃO MARCELO LOPES TOSCANO BRITO, GUSTAVO NIANKOWSKI SALIBA, GUILHERME VIEIRA CARVALHO, EVELYN SUE NAKAHIRA, THIAGO CARVALHO GAUDIO, MARCOS NAOYUKI SAMANO