Dados do Trabalho
Título
HEMOTORAX E PSEUDOANEURISMA DE ARTERIA INTERCOSTAL APOS TORACOCENTESE – APRESENTAÇAO CLINICA-RADIOLOGICA E MANEJO
Objetivo
O objetivo desse relato é apresentar um caso incomum de pseudoaneurisma de artéria intercostal resultante de complicação de toracocentese em paciente com derrame pleural parapneumônico. Diante da raridade desse fenômeno, o presente relato de caso tem como objetivo ilustrar a apresentação clínica e radiológica, bem como descrever o manejo e seu resultado.
Relato do Caso
Mulher, 59 anos, manifestou quadro de pneumonia bacteriana e derrame pleural parapneumônico complicado há 3 meses. No hospital de origem foi submetida a toracocentese, porém evoluiu com hemotórax sendo realizada drenagem pleural. No mesmo serviço, foi realizada cirurgia de toracotomia para identificação de sangramento e remoção de coágulos, evoluindo com melhora e alta hospitalar. Após alguns dias necessitou novamente buscar atendimento médico de urgência devido a dor e desconforto em hemitórax direito, onde foi submetida a nova drenagem torácica e foi transferida para hospital de referência com equipe de cirurgia torácica.
Ao exame físico de admissão, a paciente apresentou-se em regular estado geral, descorada, desidratada, taquicárdica, hipotensa e com saturação de oxigênio reduzida. Os murmúrios vesiculares estavam reduzidos em base e campo médio direitos. Os exames indicavam hemoglobina 5,7 sendo indicada a transfusão de 2 concentrados de hemácias. Foi realizada tomografia de tórax que revelou hemotórax com coágulos retidos com volume aproximado de 1500 mL em hemitórax direito. Além disso foi constatado sangramento ativo pela artéria intercostal na altura do 7° arco costal direito, com imagem compatível com pseudoaneurisma de 1,7 cm.
Foi indicada então abordagem de urgência, sendo realizada inicialmente a angiografia com embolização do pseudoaneurisma de artéria intercostal e de seu ramo nutridor. Posteriormente, foi realizada a videotoracoscopia direita, porém devido ao intenso processo inflamatório houve necessidade de conversão para toracotomia. Foi realizada remoção de coágulos, decorticação pulmonar associada a segmentectomia não-anatômica de porções desvitalizadas do pulmão e lavagem da cavidade pleural. Foram colocados 2 drenos tubulares pleurais para pós-operatório.
A paciente foi extubada no dia seguinte à cirurgia e teve os drenos retirados nos primeiros dias de pós-operatório. Logo, iniciou fisioterapia respiratória e motora, e recebeu alta da unidade de terapia intensiva. A evolução da paciente transcorreu sem intercorrências, porém ainda apresentou quadro de farmacodermia a sulfonamida. Após 1 mês de pós-operatório recebeu alta hospitalar em boas condições clínicas.
Área
Afecções Pleurais
Instituições
Hospital Municipal Vila Santa Catarina - São Paulo - Brasil
Autores
LARISSA MIDORI MURAKAMI, OSWALDO GOMES JUNIOR, FABIO EITI MINAMOTO, BRUNA BRANDÃO, BENOIT J BIBAS, MARIANA RODRIGUES CREMONESE, LUCAS DE ABREU SESCONETTO