Dados do Trabalho
Título
TRAQUEOPLASTIA POS INTUBAÇAO OROTRAQUEAL EM PERNAMBUCO: ANALISE COMPARATIVA ENTRE PACIENTES DE PROCEDENCIA DO INTERIOR E PROCEDENCIA DA CAPITAL
Objetivo
Períodos de intubação orotraqueal prolongados são, de forma unânime na literatura, responsáveis por maiores chances de desenvolvimento de estenose traqueal. Nesse sentido, a realização de traqueostomia quando se fazem necessários maiores intervalos de ventilação mecânica é imperativa. Todavia, ainda não está bem documentada na literatura a aplicabilidade dos protocolos de traqueostomia pós-intubação, principalmente em países com dimensões continentais e desigualdades regionais, como o Brasil. É ponto pacífico, ainda, que a estenose traqueal pós intubação tem relação direta com a qualidade de assistência à saúde. Pode-se inferir, portanto, que em regiões mais afastadas da capital, onde se tem menos recursos assistenciais, teria-se, também, um maior número de complicações associadas aos cuidados de saúde. Assim, o presente estudo tem como objetivos identificar o perfil demográfico dos pacientes submetidos à traqueoplastia em um hospital terciário localizado no Nordeste do Brasil e analisar se, em regiões afastadas da capital do estado, tem-se maior número de complicações associadas à intubação orotraqueal.
Método
Trata-se de um estudo observacional, do tipo coorte retrospectivo, revisando prontuários de todos os pacientes submetidos à traqueoplastia em um hospital terciário de Recife entre os anos de 2020 e 2022. Os pacientes foram classificados como provenientes do interior ou provenientes da capital de acordo com os dados apresentados à admissão. As variáveis de análise utilizadas foram: procedência (interior ou capital); a tempo de intubação orotraqueal; traqueostomia (sim/não).
Resultados
Foram identificados 22 pacientes submetidos à traqueoplastia. Destes, 4 (18,18%) eram provenientes da capital e 18 provenientes do interior (81,81%). Quanto à indicação do procedimento, 12 (54,54%) pacientes foram operados devido a intubação orotraqueal prolongada, sendo 1 (8,33%) proveniente da capital e 11 (91,66%) provenientes do interior, correspondendo respectivamente a 25% e 61,11% de suas classificações.
Conclusões
Os pacientes provenientes do interior do estado de Pernambuco e que foram intubados por tempo prolongado constituem a maioria dos submetidos à traqueoplastia, denotando uma falha no sistema de saúde, principalmente nos hospitais de áreas afastadas da capital do estado, na tomada de decisão no que tange à prevenção de estenose traqueal. Dessa forma, evidencia-se uma dificuldade na realização de traqueostomia em pacientes com períodos prolongados de ventilação mecânica por tubo orotraqueal, com necessidade de aprimoramento e de maior difusão dos protocolos de prevenção de estenose traqueal pós-intubação dentre os profissionais de saúde atuantes em áreas distantes da capital do estado.
Área
Cirurgia das Vias Aéreas
Instituições
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO OSWALDO CRUZ - UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO - Pernambuco - Brasil
Autores
PEDRO PINHEIRO BARROS, HENRY MARTINS SOARES FORTES, ARTHUR DOS SANTOS SENA, DUÍLIO CABRAL DA COSTA NETO, MARIA CAROLINA SANTOS MALAFAIA FERREIRA, ADOLPHO BARROS SILVA DE OLIVEIRA, WOLFGANG WILLIAM SCHMIDT AGUIAR