Título

DISFAGIA PROGRESSIVA EM PACIENTE MASCULINO: UM RELATO DE CASO

Objetivo

Cistos broncogênicos são as lesões císticas mais comuns em mediastino médio e, provavelmente, têm origem secundária a crescimento anormal do pulmão durante seu desenvolvimento do órgão. Estas lesões são mais comuns em homens e podem causar dor subesternal, tosse, infecções recorrentes ou dispneia. O objetivo deste trabalho é apresentar um caso de cisto broncogênico, que após ressecção cirúrgica apresentou evolução favorável.

Relato do Caso

Paciente masculino, 68 anos, ex-tabagista de alta carga tabágica é encaminhado ao serviço de cirurgia torácica de um hospital terciário do interior do Rio Grande do Sul após realizar endoscopia digestiva alta (EDA) por queixa de disfagia progressiva e ser visualizada compressão extrínseca do esôfago, em nova EDA guiada por ecografia, foi visualizada imagem alongada em região paraesofágica, com conteúdo anecóico e heterogêneo, paredes definidas e regulares, reforço acústico posterior, medindo aproximadamente 4,27 x 5,11 cm, apresentando contato com a camada adventícia do esôfago, não podendo definir se há comprometimento/origem da camada muscular própria da parede esofágica. Foi realizada tomografia computadorizada de tórax, que evidenciou imagem cística em mediastino posterior junto a emergência das veias pulmonares e ventrículo esquerdo, medindo 4.4 x 3.6c, sugestiva de cisto broncogênico. Paciente foi inserido em lista para videotoracoscopia para ressecção de cisto. A cirurgia foi realizada sem intercorrências, durante o período intraoperatório, após a ressecção do cisto, foi realizado teste para possível lesão esofágica com azul de metileno através de sonda nasogástrica, comprovando que a parede do esôfago permanecia íntegra. Considerando as características do cisto, de sua mucosa interna e de secreção brancacenta e gelatinosa em seu interior, a principal hipótese diagnóstica foi cisto broncogênico, material foi enviado para análise anatomopatológica, que confirmou a suspeita. Durante a internação, paciente permaneceu estável, com resolução da queixa de disfagia progressiva, recebendo alta hospitalar com acompanhamento ambulatorial três dias após procedimento cirúrgico. Assim, este caso pode ser utilizado como forma de estudo, a fim de ressaltar as dificuldades que envolvem o diagnóstico e o manejo de pacientes com esta patologia, visando correlação entre suspeita clínica e manejo cirúrgico.