Dados do Trabalho


Título

ABORDAGEM CIRURGICA DA DOENÇA DE CASTLEMAN: EXPERIENCIA EM UMA SERIE DE CASOS DO HOSPITAL UNIVERSITARIO GAFFREE E GUINLE.

Objetivo

Apresentar os casos de Doença de Castleman (DC) abordados pelo Serviço de Cirurgia Torácica (SCT) do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG) em um período de 20 anos.

Método

Estudo descritivo e retrospectivo dos casos de DC abordados cirurgicamente pelo SCT no período de janeiro de 2001 a janeiro de 2021. Os dados foram coletados do banco de dados do SCT e dos arquivos de laudos do Serviço de Anatomia Patológica, complementados com as informações dos prontuários. Analisou-se os dados demográficos, achados clínicos, exames complementares, o tipo de abordagem cirúrgica (complementados com documentação fotográfica) e a evolução. O estudo foi aprovado no Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do HUGG com parecer n° 5.324.620.

Resultados

Foram incluídos 05 pacientes abordados pelo SCT de uma série de 11 casos registrados no HUGG. A média de idade foi 35 anos (variação 23–50 anos) e a maioria (4/5) era do sexo feminino; 03 pacientes eram assintomáticos e 02 relatavam dor torácica, sendo 01 associada a abaulamento em região para-esternal esquerda. Todos os pacientes apresentavam lesões torácicas com densidade de partes moles na TC, sendo 02 em região hilar, 02 em região mediastinal posterior e 01 em parede torácica anterior. Nenhum dos casos apresentava comorbidades ou associação com qualquer doença viral. As abordagens foram: 02 toracotomias póstero-laterais, 02 por vídeotoracoscopia e 01 toracectomia anterior + segmentectomia pulmonar apical. Os exames anatomopatológicos confirmaram DC variante hialino-vascular em 04 pacientes e variante plasmocitária em 01 paciente. Não houve complicações ou óbitos operatórios. Todos os pacientes com a forma hialino-vascular unicêntrica evoluíram satisfatoriamente; 01 paciente da variante plasmocitária multicêntrica recebeu tratamento complementar (corticosteroides e quimioterapia) pelo Serviço de Hematologia e evoluiu para óbito após 6 meses.

Conclusões

A análise dos casos revelou tratar-se de uma patologia rara, acometendo predominantemente pacientes jovens do sexo feminino, na maioria assintomáticas respiratórias e identificadas em achados radiológicos incidentais. A ressecção cirúrgica completa foi curativa na totalidade dos casos da forma hialino-vascular, entretanto a forma plasmocitária multicêntrica revelou maior gravidade e incurabilidade a despeito do tratamento complementar. Os resultados observados mostraram-se condizentes com a literatura.
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Área

Oncologia Torácica

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - UNIRIO - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

MARCELLO LUIZ DE LIMA OSCHENEEK, LUIS CLAUDIO NEVES BRAGA, ALEXANDRE FINOQUIO VIRLA, PABLO NOGUEIRA LINHARES MARQUES DE MAGALHAES, GABRIELLE SANTOS OLIVEIRA, LEONARDO CRUZ GOMES, ROSSANO KEPPLER FIORELLI, MARIA RIBEIRO SANTOS MORARD