Dados do Trabalho
Título
CORPO ESTRANHO EM ARVORE TRAQUEOBRONQUICA. ANALISE CLINICA E RADIOLOGICA DE TODOS OS CASOS EM QUARENTA E CINCO ANOS DE HISTORIA.
Objetivo
Analisar os casos de aspiração de corpo estranho (CE) nos últimos 45 anos, atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu - HCFMB, demonstrando sua apresentação clínica, características radiológicas, método de extração, complicações e necessidade de intervenção cirúrgica.
Método
Trata-se de um estudo observacional, retrospectivo e documental de pacientes diagnosticados com aspiração de CE através da análise de fichas catalogadas em arquivo do acervo da disciplina de Cirurgia Torácica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, no período de 1976 a 2021.
Resultados
Foram atendidos no serviço de cirurgia torácica 227 pacientes suspeitos ou vítima de aspiração de CE, sendo todos catalogados no acervo da disciplina de Cirurgia Torácica da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP. A mediana da idade foi de 3 anos, com primeiro quartil de 1 ano e terceiro quartil de 10 anos. A história foi compatível com aspiração de CE em 82% dos casos e 18% não apresentavam história que pudesse levar a suspeita. Noventa e dois por cento foram submetidos à broncoscopia rígida, 3,5% submetidos a broncoscopia flexível, 1,3% a laringoscopias diretas e 3,2% eliminaram o CE espontaneamente. A sensibilidade dos achados clínicos foi de 97%, especificidade de 5%, com acurácia de 79%. Dos achados radiológicos, sensibilidade 99%, especificidade de 17,5%, acurácia de 84,5%. Dez pacientes necessitaram de cirurgia (4,4%) e 79 desenvolveram complicações (34,8%). Sendo as principais complicações pneumonia com ou sem derrame pleural, insuficiência respiratória aguda, pneumotórax, pneumomediastino, bronquiectasias e estenose brônquica.
Conclusões
Toda suspeita de CE deve ser investigada mesmo com exame negativo. Muitos CE permanecem na árvore brônquica o tempo suficiente para que ocorram complicações graves, podendo culminar com destruição pulmonar. A maioria dos CE são radiotransparentes e constituídos na sua maior parte por grãos ou sementes. A maioria dos CE são retirados por endoscopia. Poucos são os casos que necessitam de cirurgia devido a complicações pela permanência prolongada do CE ou pela dificuldade na sua retirada. A retirada do CE deve ser indicada o mais cedo possível para evitar as complicações.
Área
Cirurgia das Vias Aéreas
Instituições
Faculdade de Medicina de Botucatu - São Paulo - Brasil
Autores
ISADORA RUBIRA FURLAN, DANIELE CRISTINA CATANEO, ANTONIO JOSÉ MARIA CATANEO, ERICA NISHIDA HASIMOTO, TARCISIO ALBERTIN DOS REIS, RAUL LOPES RUIZ JUNIOR, IVANA TEIXEIRA DE AGUIAR, AGLAIA MOREIRA GARCIA XINEMES