Dados do Trabalho


Título

TRATAMENTO DE MEDIASTINITE AGUDA POR VIA CERVICAL EXCLUSIVA COM USO DE VIDEOMEDIASTINOSCOPIA.

Objetivo

Relatar o uso bem-sucedido de videometiastinoscopia como opção de tratamento de mediastinite aguda em fases precoces da infecção.

Relato do Caso

Paciente do sexo feminino de 54 anos, submetida colecistectomia videolaparoscópica sem intercorrências em maio de 2022, sem preditor de via aérea difícil e intubada sem intercorrências para o procedimento. Pós-operatório imediato sem intercorrências e dieta liberada com boa aceitação habitualmente. Após 24 horas do procedimento abdominal a paciente iniciou febre, odinofagia, dispneia e taquicardia em leito de enfermaria. A tomografia de tórax realizada mostrou sinais de mediastinite aguda com predomínio de coleções e gás nos compartimentos superior e anterior, além de derrame pleural pequeno a direita.

A paciente foi submetida a endoscopia digestiva antes da abordagem torácica, que evidenciou lesão lacerante de aproximadamente 0,5 cm na topografia do esfincter esofagiano superior, além de passagem de sonda nasoentérica para dieta enteral. A videomediastinoscopia foi realizada por acesso cervical habitual a 2cm da fúrcula esternal, com abertura das fáscias e planos musculares cervicais com saída de gás e secreção purulenta. Já a dissecção do mediastino se iniciou posterior a fáscia pretraqueal foi realizada sob visualização direta por vídeo. Notamos que o enfisema local produzido pela infecção, determinaram fácil dissecção dos planos mediastinais até os brônquios principais, carina, região subcarinal e porção lateral da traqueia inferior e superior. Não foram abertas as pleuras mediastinais. Após lavagem exaustiva com soro fisiológico foi deixado um dreno de Blake no mediastino anterosuperior e um dreno tubular pleural numero 28 a direita posicionado no 5 espaço intercostal.

A evolução foi excelente do ponto de vista clínico, laboratorial e radiológica com melhora dos sintomas iniciais. O dreno torácico manteve-se com aspecto serohemático e foi removido com 3 dias após por baixo débito. Dez dias após a abordagem cirúrgica o esofagograma mostrou ausência de extravasamento de contraste para o mediastino e com 14 dias o dreno mediastinal foi removido com débito desprezível e aspecto seroso após a progressão completa da dieta por via oral que iniciou no décimo dia. O uso dos antimicrobianos foi mantido até 21 dias e então a paciente recebeu alta hospitalar sem sintomas e sem sinais infecciosos.

Área

Cirurgia do Mediastino

Instituições

Hospital Unimed Volta Redonda - RJ - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

BRUNO JOSÉ MARTINI-SANTOS, VITORIO MOSCON PUNTEL , RODRIGO ZILLIG GAC SANTOS, ANNA CAROLINA FONTOURA MACHADO, PAULA SOUZA CRUZ OLIVEIRA