Dados do Trabalho


Título

ULTRASSONOGRAFIA COMO GUIA PARA BIOPSIAS TRANSTORACICAS: ATUALIZAÇAO DE UMA SERIE DE CASOS

Objetivo

Relatar a utilização da ultrassonografia na realização de biópsias transtorácicas através de uma série de casos.

Relato do Caso

INTRODUÇÃO
O método de imagem mais estudado para realização de biópsias transtorácicas é tomografia computadorizada (TC), mas ultrassonografia (USG) representa outra técnica facilmente empregável. O presente trabalho visa atualizar relato prévio desta alternativa através de uma série de casos.
MATERIAL E MÉTODOS:
Quarenta e dois pacientes foram selecionados após TC diagnóstica indicando lesão pulmonar periférica suspeita de malignidade. Com transdutor microconvexo endocavitário de banda larga (E8C, footprint 16.9x21.2mm, 4.0-10.0MHz, guia com ângulo fixo de 5°) as massas foram identificadas e com pistolas semiautomáticas para disparo, puncionadas (18x25 e 20x20mm).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foi enviado para análise anatomopatológica material de 43 biópsias transtorácicas guiadas por USG referentes a 42 pacientes diferentes entre os meses de março de 2017 e janeiro de 2023. Em 79% dos casos (N=34) o resultado foi compatível com malignidade. Quanto aos restantes, 8 foram descartados processos neoplásicos, confirmando etiologia infecciosa, inflamatória crônica e tecido saudável. Em um caso, foi realizada nova biópsia após resultado primário negativo, confirmando neoplasia na segunda tentativa. Houve complicação em dois pacientes, ambos, pneumotórax de pequeno volume e sem repercussão clínica. Nesta atualização, a sensibilidade para diagnóstico de malignidade foi de 97% e valor preditivo negativo de 88%.
O método para punção transtorácica mais estudado é a TC, no entanto, a biópsia guiada por ultrassonografia também representa uma alternativa minimamente invasiva aos procedimentos cirúrgicos e às endoscopias. Apesar disso, seu emprego ainda enfrenta resistência por parte dos profissionais da área. Mesmo com poucas pesquisas a respeito, a metodologia sonográfica tem eficácia e segurança similares, apresentado menor número de complicações pela facilidade da visualização em tempo real, tempo de procedimento mais curto, melhor cooperação por parte do paciente e bom acesso ao plano axial, além de não haver exposição à radiação ionizante. A biópsia guiada por ultrassom tem acurácia maior que 90% e especificidade para malignidade próxima a 100%.
CONCLUSÃO:
O presente estudo indicou taxa de resultados positivos aquém da encontrada na literatura, possivelmente pela amostragem ainda pequena. As limitações do método em voga incluem ser operador-dependente, alcance limitado em profundidade, interferência do parênquima pulmonar e dos arcos costais e, portanto, pequena janela de trabalho, sendo os últimos transponíveis com o correto posicionamento da agulha e treinamento adequado do profissional. O transdutor microconvexo endocavitário utilizado permitiu melhor acesso intercostal, pela angulação da agulha de biópsia, amplitude de visualização e resolução da imagem, tornando-se portanto, uma possibilidade de forma de otimização do método.

Área

Fronteiras em Cirurgia Torácica

Instituições

Universidade Federal de Pelotas - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

OTAVIO LEITE GASTAL, GUSTAVO DANTAS LAHM, LAURA NUNES ROTTA, IZABEL DE OLIVEIRA KARAM