Dados do Trabalho


Título

USO DE VALVULA UNIDIRECIONAL ENDOBRONQUICA EM PACIENTE COM FISTULA AEREA PERSISTENTE APOS RADIOABLAÇAO

Objetivo

DEMONSTRAR A POSSIBILIDADE TERAPÊUTICA PARA O USO DE VÁLVULA UNIDIRECIONAL ENDOBRÔNQUICA EM FÍSTULA AÉREA PERSISTENTE

Relato do Caso

Introdução:
O uso da válvula unidirecional endobrônquica é comumente utilizado para o tratamento minimamente invasivo de doença enfisematosa pulmonar crônica, na qual, há alargamento anormal das vias aéreas distais com destruição das paredes alveolares e perda da superfície de troca gasosa.
No presente relato, demonstramos outra possibilidade terapêutica para o uso da válvula unidirecional endobrônquica.

Relato de Caso:
Paciente, J.R.V.C.C, 48 anos, sexo masculino, com histórico de adenocarcinoma de cólon, realizado ressecção cirúrgica em 2017 seguido de quimioterapia e radioterapia. Apresentou recidiva locorregional com nova ressecção colo-retal alta seguido de novo ciclo quimioterápico em 2018. Apresentou progressão de doença com lesões nodulares hepática em 2019 com realização de radioablação e nova linha quimioterápica. Em 2021 apresentou nova progressão de doença com lesões nodulares pulmonares, realizado radioablação para controle de doença pulmonar.
Evoluiu com destruição parenquimatosa à esquerda com consequente pneumotórax, realizado toracostomia pleural fechada acoplada à sistema de drenagem digital, permanecendo com fístula aérea persistente de aproximadamente 3000-4000ml por minuto. Optado por pleuroscopia para avaliação de fechamento de fístula bronco-pleural. Nesta ocasião, identificado múltiplos locais de escape aéreo e pneumatocele em lobo inferior esquerdo, realizado fechamento de fístulas incluindo uso de cola de fibrina, porém apresentou recidiva de fuga aérea.
Optado então por terapêutica minimamente invasiva endoscópica com o uso de válvula unidirecional endobrônquica (Zephyr – PulmonX). Após indução anestésica apresentava fuga aérea verificado ao sistema de drenagem digital de 1000-1500ml por min. Com broncoscopia flexível e auxílio de cateter fogarty 80cm-3F realizado oclusão sistemática de segmentos pulmonares esquerdo com posterior verificação de fuga aérea. Identificada redução importante de fuga aérea durante oclusão do segmento superior do lobo inferior direito e segmento basilar latero-posterior; prosseguido então com a colocação de uma válvula unidirecional de 5.5mm no segmento superior do lobo inferior e uma válvula unidirecional de 4mm no segmento basilar latero-posterior com redução imediata da fuga aérea, mantendo-se com variação de fuga aérea de inexistente a 20ml por minuto após o procedimento.
Mantido em toracostomia pleural fechada com sistema digital para acompanhamento de fuga aérea. Realizado exame tomográfico e identificado ganho de volume pulmonar em locais de fístula bronco-pleural e cessamento de fuga aérea, realizado a retirada do dreno torácico digital.

Conclusão:
A válvula unidirecional endobrônquica é popularmente utilizada principalmente por pneumologistas para resolução de doença pulmonar enfisematosa crônica. No entanto, com esse caso concluímos que é uma terapêutica extremamente eficaz para uso em fístulas aéreas persistentes, devendo, portanto, ser de conhecimento da equipe cirúrgica para utilização em casos selecionados.

Área

Cirurgia das Vias Aéreas

Instituições

HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS DE BRASÍLIA - Distrito Federal - Brasil

Autores

EUDES CARVALHO ASSIS FILHO, HUMBERTO ALVES DE OLIVEIRA, ANNAH RACHEL GRACIANO, GUSTAVO DOS SANTOS FERNANDES, JOÃO PAULO GIACOMINI BERNARDES, ALFREDO NICODEMOS DA CRUZ SANTANA, GERALDO ROGER NORMANDO JUNIOR, VITÓRIA SANTOS DA SILVA TAVARES