Dados do Trabalho
Título
CORREÇAO CIRURGICA DE FISTULAS TRAQUEOESOFAGICAS BENIGNAS AGUDAS E CRONICAS: EXPERIENCIA DE CENTRO DE REFERENCIA
Objetivo
A fístula traqueoesofágica (FTE) benigna é uma condição relativamente rara em adultos e seu manejo adequado é um desafio clínico. O objetivo deste estudo foi analisar retrospectivamente as características clínicas dos pacientes e a abordagem cirúrgica utilizada no fechamento das FTE benignas agudas e crônicas.
Método
Foram analisados retrospectivamente dados dos prontuários de pacientes submetidos à correção de FTE em instituição terciária de referência na cidade de São Paulo em período de 10 anos consecutivos.
Resultados
Durante o período do estudo, 36 pacientes (17 casos de FTE aguda e 19 casos de FTE crônica) foram submetidos à correção cirúrgica de FTE benigna adquirida. O procedimento cirúrgico para todos os pacientes foi realizado pela mesma equipe, que era composta por um cirurgião torácico sênior e mais dois cirurgiões torácicos e um anestesista. A amostra foi composta por 18 mulheres e 18 homens, com média de idade de 39,8 anos (DP ±18,2 anos). A causa mais comum de TEF, tanto aguda quanto crônica, foi a lesão pós-intubação (n=20). As complicações pós-operatórias agudas incluíram sepse (n=4), hematoma (n=1), vazamento de ar para o estômago (n=1), edema de Reinke e paralisia de prega vocal direita (n=1), necrose esofágica (n=1 ) e insuficiência renal (n=1). As complicações pós-alta hospitalar incluíram estenose traqueal (n=2), laringomalácia (n=1), paralisia da unha da voz direita (n=1) e parada cardiorrespiratória súbita (n=1). Além disso, um paciente apresentou sintomas de rouquidão e disfagia com melhora no terceiro dia de pós-operatório. Os pacientes com fístulas agudas apresentaram comprimento médio da fístula (traqueal e esofágico) maior, quando comparados com o grupo de FTE crônicas. Além disso, a prevalência de falência respiratória foi maior no grupo de FTE aguda (41,2%) que no grupo de FTE crônicas (10,5%).
Conclusões
A técnica cirúrgica utilizada para o reparo definitivo das FTE agudas e crônicas foi factível e as principais complicações observadas foram semelhantes em tipo e prevalência aos relatos da literatura internacional.
Área
Cirurgia das Vias Aéreas
Instituições
Universidade Federal da Paraíba - Paraíba - Brasil, Universidade Federal de São Paulo - São Paulo - Brasil
Autores
PETRUCIO ABRANTES SARMENTO, JOÃO PEDRO SARMENTO, JULIANA PEREIRA FRANCESCHINI, RICARDO SALES SANTOS, VICENTE FORTE