Dados do Trabalho


Título

CIRURGIA TORACICA VIDEO ASSISTIDA (CTVA) NO TRATAMENTO DE DOENÇAS PULMONARES INFLAMATORIAS E INFECCIOSAS. UMA DECADA DE EXPERIENCIA EM CENTRO UNICO NO NORDESTE DO BRASIL

Objetivo

O objetivo deste estudo foi descrever a experiência de um centro único com o uso de CTVA para grandes ressecções pulmonares em pacientes com doença inflamatória/infecciosa.

Método

Entre 2009 e 2019, foram realizadas lobectomia (n=43) ou pneumonectomias (n=6) em 55 pacientes com doenças infecto inflamatórias. As doenças incluíram bronquiectasias, bola fúngica, destruição pulmonar e tuberculose multirresistente. A indicação de lobectomia ou pneumonectomia por VATS foi proposta por um conselho multidisciplinar (pneumologistas, infectologistas e cirurgiões torácicos) para os casos nos quais outras opções de tratamento clínico foram tentadas sem sucesso. As ressecções foram realizadas usando uma técnica anterior de três ou quatro portas. As estruturas brônquicas foram seccionadas usando grampeadores endoscópicos. As estruturas vasculares foram seccionadas usando grampeadores endoscópicos ou um dispositivo de energia. Foi realizada dissecção completa dos linfonodos hilares.

Resultados

A maioria dos pacientes era do sexo feminino (n=41; 74,5%) e apresentava doença grave, com função pulmonar limítrofe. A comorbidade mais frequente foi hipertensão arterial sistêmica (9,1%) seguida de diabetes mellitus e desnutrição (3,6 cada). A bronquiectasia foi a causa de indicação de cirurgia em 37 pacientes, geralmente desenvolvida como sequela pós-infecciosa. Outras etiologias incluíram destruição pulmonar por tuberculose, sequestro pulmonar, cisto hidático infectado, tuberculose multirresistente, bola fúngica pulmonar e pneumonia necrotizante. A lobectomia foi o procedimento mais frequente (n=43; 78,2%). A pneumonectomia foi realizada em seis pacientes (10,9%). A duração média da cirurgia foi de 240 minutos e o tempo médio de internação foi de 4,3 dias. Grampeamento isolado foi utilizado como abordagem do hilo em 53 pacientes (96,4%). As complicações cirúrgicas incluíram lesão vascular intraoperatória resultando em conversão para toracotomia (5,5%), pneumotórax persistente em um paciente (1,8%) e empiema em outro paciente (1,8%).

Conclusões

A maioria dos pacientes se beneficiou com o procedimento, tendo sido observada alguma complicação cirúrgica em 5 pacientes. Nossos resultados são comparáveis aos relatados por outros autores e demonstraram a viabilidade da VATS no tratamento de doenças inflamatórias/infecciosas pulmonares.

Área

Tratamento das Infecções Pulmonares

Instituições

Universidade Federal da Paraíba - Paraíba - Brasil

Autores

PETRUCIO ABRANTES SARMENTO, RODRIGO CAETANO SOUZA, FRANCISCO ANTÔNIO BARBOSA QUEIROGA, JULIANA PEREIRA FRANCESCHINI, RICARDO SALES SANTOS