Dados do Trabalho


Título

TUMOR FIBROSO SOLITARIO GIGANTE DE PLEURA COM VASCULARIZAÇAO ABDOMINAL

Objetivo

Relatar o caso de um paciente oligossintomático com massa em hemitórax esquerdo apresentando artéria anômala oriunda da aorta abdominal, diagnosticado com tumor fibroso solitário de pleura gigante.

Relato do Caso

Paciente J.B, masculino, 66 anos, comerciante, ex-tabagista há 40 anos, 10 anos/maço, sem comorbidades, procurou atendimento por queixa de dor torácica à esquerda associada à tosse seca com início há 3 meses. Realizou tomografia de tórax em novembro de 2022, solicitada em unidade básica de saúde, que evidenciou a presença de grande massa sólida heterogênea, medindo 11,7 x 16,8 x 10,2 cm, com calcificações de permeio e pequenas áreas hipodensas na porção posterior, localizada nos terços médio e inferior do hemitórax esquerdo. Foi referenciado para consulta no ambulatório de cirurgia torácica do Hospital Geral da Universidade de Caxias do Sul no dia 20/12/22 e encaminhado para internação hospitalar com vistas a realização de estadiamento e pleuroscopia com biópsia. Tomografia de abdome total e ressonância magnética de crânio não evidenciaram outras lesões. Dessa forma, prosseguiu-se a realização da pleuroscopia e biópsia da lesão com patologia de congelação transoperatória a qual evidenciou presença de processo inflamatório sem elementos suspeitos de neoplasia. Caso levado para discussão multidisciplinar, onde foi observada pela equipe da radiologia, na tomografia de tórax, a presença de artéria anômala oriunda da aorta abdominal transpassando o diafragma em direção à massa no hemitórax esquerdo. Tal achado associado a pleuroscopia prévia, levantou a possibilidade de tumor fibroso de pleura como diagnóstico diferencial a qual fora confirmada posteriormente por estudo anatomopatológico e imuno-histoquímico, que revelou forte positividade de CD34. No dia 01/02/2023 fora realizada toracotomia ântero-posterior com ressecção total da lesão de aspecto lobulado a qual estava aderida ao lobo inferior esquerdo, além de ligadura do vaso nutridor do tumor oriundo da artéria aorta abdominal. A aferição da peça revelou um tamanho de 21,0 x 16,0 x 11,0 cm com peso total de 1.269g . O exame anatomopatológico mostrou um índice mitótico de 5 mitoses por 10 em campo de grande aumento, presença de necrose tumoral e alta celularidade. Tais achados estão associados a maior risco de recidiva apesar das margens livres. No pós-operatório, o paciente permaneceu em leito de CTI com uso de cateter peridural e dois drenos de tórax. A retirada dos drenos de tórax anterior e posterior ocorreram nos dias 03/02 e 06/02, respectivamente. O paciente recebeu alta em bom estado geral no 6º dia pós operatório. O caso foi reavaliado pela equipe multidisciplinar, que acordou da não necessidade de terapia adjuvante e seguir o acompanhamento com controle tomográfico semestral.

Área

Oncologia Torácica

Instituições

Hospital Geral de Caxias do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

LAURA SLOMP, BRUNO PINTO, GERMANO DE ALMEIDA, ROBERTA BALDIN, JORDANA ECCO, VITOR PINTO, DARCY PINTO FILHO