Título

PNEUMOTORAX REDICIVANTE POR OSSIFICAÇAO DENDRIFORME PULMONAR

Objetivo

A ossificação pulmonar difusa é um condição rara, caracterizada pela formação de tecido ósseo no parênquima pulmonar, sua etiologia ainda é pouco compreendida. Na maior parte dos casos os pacientes são assintomáticos, sendo esse um diagnóstico encontrado em autopsias. No presente relato de caso, apresentamos um paciente jovem, hígido, com quadro de pneumotórax espontâneo de repetição, na inspeção intraoperatória não foi evidenciada alterações no parênquima pulmonar e ausência de bolhas pulmonares, realizada segmentectomia com diagnosticado de ossificação dendriforme difusa.

Relato do Caso

Paciente, 35 anos, hígido, deu entrada no pronto socorro com relato de dor torácica a esquerda, de inicio súbito, associada a dispneia aos médios esforços. Nega trauma, tabagismo e outras queixas respiratórias. Realizado RX de tórax sendo evidenciado grande pneumotórax a esquerda, realizada toracostomia com drenagem pleural fechada com dreno de Wayne. Paciente evolui bem, apresentando boa expansão pulmonar, sendo retirado dreno após 5 dias. Após 6 meses paciente apresentou novo pneumotórax à esquerda, optado por realização de videopleuroscopia com segmentectomia apical à esquerda e pleurectomia, não visualizado bolhas, tendo como resultado de anatomopatológico de ossificação dendriforme difusa. Apresentou com boa evolução clínica e recebeu alta após 7 dias. Paciente perdeu segmento e após 1 ano, deu entrada novamente no pronto socorro com dor torácica esquerda, ventilatório dependente, de início súbito e leve dispneia, Tc de tórax com presença de novo pneumotórax à esquerda, além de estrias atelectásicas esparsas em ambos os pulmões, sobretudo nas bases pulmonares e micronódulos pulmonares, sem componentes cálcicos evidentes ( menores que 0,4cm). Realizada nova abordagem cirúrgica com videopleurocospia sendo evidenciada região nacarada em LSE de consistência fibroelástica, restante do parênquima pulmonar sem alterações e ausência de bolhas, realizada segmentectomia basal com novo anatomopatológico de ossificação dendriforme difusa, optado então por pleurodese química com talco estéril. Paciente manteve estabilidade no pós operatório, com boa expansão pulmonar, recebeu alta após 10 dias. Segmento ambulatorial sem alterações.