Dados do Trabalho


Título

RESSECÇAO DE PRIMEIRA COSTELA E COSTELA CERVICAL POR VIA ROBOTICA. RELATO DE SERIE DE CASOS.

Objetivo

A síndrome do desfiladeiro torácico ocorre por compressão de estruturas neurovasculares do estreito superior entre a clavícula e a costela (1ª costela ou costela cervical). O tratamento cirúrgico inclui a ressecção da primeira costela e da costela cervical quando presente. O objetivo desse estudo é relatar a experiência do grupo com a ressecção da primeira costela e costela cervical por via robótica.

Relato do Caso

De agosto de 2021 a setembro de 2022, 6 pacientes foram submetidos ao tratamento da síndrome do desfiladeiro por via torácica com uso do robô. A estrutura mais comumente acometida nessa série foi a artéria subclávia, comprimida em 4 casos, sendo 3 do lado direito e 1 do lado esquerdo. Desses casos de compressão arterial, 2 apresentavam costela cervical. Dos outros dois casos, um tinha compressão da veia subclávia do lado direito e o outro compressão do plexo braquial. O tempo de internação variou de 2 a 4 dias (média de 3,16 dias). Não houve complicações pós-operatórias. Todos os pacientes apresentaram melhora dos sintomas. Em dois casos ainda houve manutenção dos sintomas embora os pacientes relatassem melhora após a cirurgia. Nesses casos os sintomas ainda persistem após 5 meses de cirurgia.
Dois dos casos de compressão arterial apresentavam compressão da artéria contralateral, em um dos casos a compressão era discreta e paciente continua em seguimento clínico, e no outro caso o paciente já havia sido submetido à ressecção da 1ª costela e costela cervical por videotoracoscopia. A técnica robótica compreende posicionamento em decúbito lateral, a utilização de 3 braços robóticos, abertura da pleura sobre a 1ª costela, dissecção da borda superior e inferior da costela, secção da costela na sua porção anterior ou na porção cartilaginosa. Importante identificar a raiz de T1na porção posterior da costela para que a secção da parte posterior seja feita com segurança. Para a secção da parte posterior da costela foi utilizada serra piezoelétrica ou pinças tipo saca bocado e kerrison. Para permitir o acesso da pinça ou da serra pode ser necessário utilizar o acesso anterior, necessitando desacoplar momentaneamente um dos braços do robô. A secção da costela na sua parte cartilaginosa anterior pode ser feita com pinças robóticas (Maryland bipolar ou Permanent cautery Hook). Os músculos escalenos anterior e médio são seccionados na sua inserção na 1ª costela.

Conclusão: Nessa série de casos a ressecção da 1ª costela e costela cervical foram realizadas de forma segura e eficaz utilizando-se o acesso por via robótica.

Área

Deformidades da Parede Torácica

Instituições

Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

ALBERTO JORGE MONTEIRO DELA VEGA, ALESSANDRO WASUM MARIANI, ESERVAL ROCHA JUNIOR, LETICIA LEONE LAURICELLA, ALYSON ROBERTO VINCENZI OSTROSKI, ANGELO FERNANDEZ, RICARDO MINGARINI TERRA