Título

CRIPTOCOCOSE: CASO CLINICO

Objetivo

Relatar um caso de Criptococose Pulmonar em paciente não imunocomprometido em um município do Rio Grande do Sul, Brasil.

Relato do Caso

Homem, 54 anos, tabagista ativo e trabalhador no transporte de aves, foi admitido no Hospital de Clínicas de Passo Fundo/RS (HCPF) com queixa de tosse seca e dispneia progressivas há 3 meses, agravadas por episódios de hemoptise nos últimos 15 dias. Ao exame físico, foi observada redução da ausculta pulmonar à direita, e não foram encontradas adenopatias.
Durante a realização de uma Tomografia Computadorizada (TC) de Tórax com contraste, foi identificada uma massa na região hilar do lobo superior do pulmão direito, com contornos lobulados e parcialmente definidos, além de consolidação subtotal do lobo superior direito. A partir desses achados, suspeitou-se da presença de uma neoplasia pulmonar primária.
Com objetivo de estadiamento oncológico, foram realizadas TC abdome e Ressonância Magnética (RM) de Crânio. Diminutas formações nodulares osteolíticas foram identificadas no osso ilíaco direito, de etiologia indeterminada, não sendo possível excluir a possibilidade de implante neoplásico secundário. Nas imagens do crânio, foi visualizado volumoso cisto de paredes finas no ventrículo lateral direito, sem realce ao agente de contraste. Junto disso, através de uma Espirometria, encontrou-se um distúrbio ventilatório restritivo. Com vistas à elucidação diagnóstica, o paciente foi submetido à broncoscopia com lavado broncoalveolar (LBA), o qual apresentou pesquisa de BAAR e bacterioscopia negativas, mas evidenciou pesquisa de fungos positivos para leveduras encapsuladas sugestivas de Cryptococcus.
A conduta terapêutica incluiu a prescrição de Anfotericina B, seguida posteriormente de Fluconazol, com duração de seis meses. Na reavaliação, o tratamento foi estendido para um ano e o paciente foi encaminhado para um especialista em pneumologia.