Título

VOLUMETRIA PULMONAR POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA NA LOBECTOMIA ONCOLOGICA

Objetivo

O tratamento padrão para um câncer de pulmão em estádios iniciais é a exérese da lesão através de lobectomia. Além da avaliação do risco cirúrgico cardiovascular e anestésico, os casos com propostas de lobectomia devem ser avaliados rigorosamente quanto a função pulmonar, pelo risco de hipoxemia e dependência de oxigênio suplementar após a cirurgia.
A radiologia avança tecnologicamente com o desenvolvimento de ferramentas que permitem não só a visualização dos órgãos do paciente, mas também a análise quantitativa das imagens (AQI), melhorando a avaliação dos pacientes. A AQI pulmonar tem correlação com parâmetros de estudos de espirometria, principalmente estudados em cenários de enfisema e doença de vias aéreas.
Nesse trabalho, visamos avaliar a presença de correlação entre dados obtidos pela AQI das TCs e a variação dos resultados de espirometrias entre os exames antes e após a realização de lobectomia oncológica.

Método

Estudamos de forma retrospectiva 13 casos da instituição submetidos a lobectomias oncológicas. Foram selecionados de forma aleatória no banco de dado de casos oncológicos da instituição, pacientes que haviam realizado exames de TC e de espirometria previamente e também após a realização da cirurgia.
Através de consulta do prontuário eletrônico dos pacientes, foram anotados as datas de realização das lobectomias e o lobo excisado em cada caso. Dos exames de espirometria, coletamos os valores de capacidade vital forçada em espirometria prévia à cirurgia (CVFpre) e o percentual em relação ao predito para população equivalente (CVF%pre), de volume expiratório forçado no primeiro segundo prévio à cirurgia (VEF1pre) e o percentual em relação ao predito para população equivalente (VEF1%pre). As mesmas informações foram colhidas dos resultados de exames após a cirurgia (CVFpos, CVF%pos, VEF1pos e VEF1%pos).
As imagens dos exames de TC foram enviados para um software de AQI que processa de forma automática os exames. Dessa análise, foram anotados os valores de volume pulmonar total no exame realizado antes (VPTpre) e após à cirurgia (VPTpos) e os respectivos para cada pulmão (VPEpre, VPDpre, VPEpos e VPDpos). Também anotamos o volume do lobo excisado no exame prévio à cirurgia.

Resultados

Em nossa análise, encontramos uma correlação razoável (r=0,55) entre o percentual de volume que o lobo retirado representava do volume pulmonar total (Lob%) e a variação de VEF1 (VEF1pos - VEF1pre), mostrando um potencial emprego na relação para a predição da queda de VEF1 após a cirurgia. Não houve boa correlação (r=0,11) entre os parâmetros de Lob% e a variação de CVF (CVFpos – CVFpre).
O tempo médio entre a cirurgia e a espirometria realizada após a lobectomia foi de 638 dias (desvio padrão: 541). Houve variação significativa entre os valores de VPT entre as TCs realizadas antes e após a cirurgia (p<0,0001).

Conclusões

Nesse trabalho demonstramos a presença de correlação entre a AQI e as variações de resultados de espirometrias realizadas no antes e após uma lobectomia oncológica por câncer de pulmão inicial, com um potencial emprego na avaliação pré-operatória.

Área

Oncologia Torácica