Título

PERFIL ETIOLOGICO DAS ESTENOSES TRAQUEAIS ABORDADAS EM UM SERVIÇO DE ATENDIMENTO TERCIARIO

Objetivo

Na literatura, há um consenso no apontamento das estenoses traqueais benignas pós-intubação orotraqueal prolongada como responsáveis pela maior parte dos casos de tal condição. Contudo, são escassos, dentre tais estudos epidemiológicos, aqueles que foram realizados em países emergentes, a exemplo do Brasil, onde demais condições de saúde, como a infecção pelo Mycobacterium tuberculosis, continuam a ser bastante prevalentes, com potencial de acometimento traqueal. Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivo identificar o perfil etiológico das estenoses traqueais tratadas com traqueoplastia em um hospital terciário localizado em um estado cuja prevalência de tuberculose figura entre as três maiores do país, a fim de analisar se os padrões epidemiológicos mantém-se quando em comparação à literatura.

Método

Trata-se de um estudo observacional, do tipo coorte retrospectivo, revisando prontuários dos pacientes submetidos à traqueoplastia em um hospital terciário entre os anos de 2020 e 2022. Foram acessadas as etiologias das estenoses traqueais segundo detalhamento em prontuário.

Resultados

Foram identificados 22 pacientes submetidos à traqueoplastia. Destes, 20 (90,90%) foram indicados ao procedimento devido à estenose traqueal pós-intubação, 1 (4,54%) devido à estenose traqueal secundária à tuberculose e outro (4,54%) devido à intoxicação exógena. Quanto aos motivos de intubação, 15 (75%) foram intubados devido a complicação de doenças pulmonares, 2 (10%) devido a complicações cirúrgicas, 1 (5%) devido a envenenamento, 1 (5%) devido a trauma e outro (5%) devido a miastenia gravis.

Conclusões

Assim como na literatura, as estenoses traqueais secundárias à intubação orotraqueal prolongada predominam dentre o grupo estudado, sendo seguidas pelas relacionadas à doenças sistêmicas e a manipulações cirúrgicas de emergência das vias aéreas, como traqueostomia. Desse modo, tem-se que, apesar da alta prevalência de tuberculose na região estudada, esta patologia ainda não representa importante fator desencadeante de estenose traqueal.