Dados do Trabalho


Título

RECONSTRUÇAO DE PAREDE TORACICA POS RESSECÇAO DE CONDROSSARCOMA ESTERNAL: RELATO DE CASO

Objetivo

Apresentar o estudo do caso de condrossarcoma esternal com estudo pré-cirúrgico com planejamento 3D para reconstrução da parede torácica.

Relato do Caso

Paciente masculino, 34 anos, hígido previamente. Apresenta dor torácica há 3 anos, deformidade em região esternal. Procura atendimento por tumoração no manúbrio esternal, biópsia percutânea com resultado de condrossarcoma grau I/III, encaminhado ao hospital de referência. Ao exame físico, cicatriz hipertrófica de 1cm em região esternal na linha média com abaulamento de 6x4cm. SARS COV-2 negativo, exames pré-cirúrgicos dentro de parâmetros normais.

No planejamento cirúrgico a reconstrução 3D, com margens da lesão tumoral de 78.24mm x 68.68mm, volume de 145cm3, 20mm de margens de segurança, incluindo as epífises proximais das clavículas, cartilagens costais do 1° e 2° arco costal e corpo esternal no 2° espaço intercostal. Realizou-se a ressecção em bloco do manúbrio e terço superior do corpo esternal, terço proximal das epífises das clavículas, 1° e 2° cartilagens costais, colocação de patch de pericárdio, colocação da prótese de polimetilmetacrilato, fixada na articulação esternoclavicular com tendões de doador cadavérico e clips costais de titânio para fixação da prótese nas costelas. Evolução pós-operatória satisfatória com mobilidade dos membros superiores e parede torácica anterior estável. Resultado histopatológico com margens livres de neoplasia.

O condrossarcoma é a terceira neoplasia óssea maligna primária, as células com fenótipo de cartilagem hialina podem apresentar mudanças mixoides, calcificações e ossificações. Existem 13 variantes, o condrossarcoma central é o mais frequente (90%), apresentam-se especialmente nos ossos longos, além disso podem ocorrer no esqueleto axial. O condrossarcoma de esterno é uma neoplasia maligna rara, de crescimento lento, ocorre em pessoas maiores de 50 anos. A presença de dor, deformidade torácica, identificação da lesão na tomografia e ressonância magnética com bordas irregulares e destruição da cortical do osso e calcificação na matriz tumoral fazem suspeitar o diagnóstico.

O grau histológico é importante para conhecer a evolução e prognóstico da doença. Alguns tumores podem apresentar mais de um grau histológico. O tratamento é cirúrgico, a quimioterapia e a radioterapia são ineficazes, não há indicação de biópsia pré-operatória. A ressecção deve ser radical, a sobrevida em 10 anos é entre 31.3% a 87%, as metástases são raras e podem estar no pulmão, pleura e partes moles. A colocação de barras de titânio têm baixas taxas de complicações, a técnica de sanduíche com uma rede de polipropileno e metacrilato é a principal técnica utilizada. O uso dos tendões cadavéricos é muito comum na ortopedia, no entanto em reconstruções da parede torácica não é muito usual. As reconstruções em 3D permitem ter melhores resultados pós-operatórios e realizar os ajustes na preparação pré-operatória, adaptadas para cada paciente.

Área

Oncologia Torácica

Instituições

HOSPITAL LUIS VERNAZA - - Ecuador

Autores

GABRIELA KATHERINE ZURITA AGUIRRE, ISABELE ALVES CHIRICHELA , BILLY DARIO MURILLO MURILLO, JESSICA ESTEFANÍA MORALES ZUÑIGA, FERNANDO POLIT, ENRIQUE GAGLIARDO CADENA, WINSTON JARAMILLO