Dados do Trabalho


Título

CORREÇAO ENDOSCOPICA DE FISTULA TRAQUEOESOFAGICA BENIGNA EM PACIENTE COM ALTO RISCO CIRURGICO

Objetivo

Relatamos o caso de uma paciente de 50 anos com história de tabagismo (50 maços / ano) e tuberculose, tratada em 2002. Em 2016, a paciente foi diagnosticada com câncer de laringe e submetida a laringectomia total, dissecção linfonodal cervical bilateral e traqueostomia definitiva. O diagnóstico final foi um carcinoma epidermóide pT4apN0M0. Radioterapia adjuvante foi realizada, com um total de 6000cGy. Desenvolveu disfagia grave e tratada com sonda nasoentérica e cânula de traqueostomia com balonete. Após 3 meses, a ingestão oral foi reiniciada e a cânula de traqueostomia removida. A paciente queixou-se de tosse intensa por mais de dois meses e teve duas pneumonias diagnosticadas no período. O fechamento cirúrgico da FTE através de uma abordagem tradicional foi considerado de alto risco, uma vez que a paciente apresentava vários fatores de risco para um resultado cirúrgico inadequado (tuberculose prévia, cirurgia cervical prévia, radioterapia). Além disso, a abordagem cirúrgica exigiria uma esternotomia parcial. Assim, uma estratégia menos invasiva foi proposta.

Resumo do vídeo

Tomografia computadorizada do tórax e broncoscopia flexível foram realizadas. O diagnóstico de uma fístula traqueoesofágica benigna foi confirmado. A fístula estava na traquéia distal média (3 cm da carina) e media 5 mm de diâmetro. Não havia estenose traqueal associada. A paciente foi levada para sala cirúrgica e realizada anestesia geral. A broncoscopia rígida foi realizada através do traqueostoma definitivo. A fístula foi localizada e suturada endoscopicamente com fios de PDS 4-0 interrompido. A broncoscopia de revisão foi programada para dois meses. A fístula ainda podia ser identificada, mas media aproximadamente 2 mm. Foi novamente suturada com fios de PDS 4-0 interrompido. A paciente permaneceu assintomática após o segundo procedimento. Tomografia computadorizada e esofagograma com contraste não mostram sinais de recidiva, com seguimento de 12 meses. A paciente alimenta-se normalmente por via oral.

Área

Cirurgia das Vias Aéreas

Instituições

Instituição: Disciplina de Cirurgia Torácica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

BENOIT JACQUES BIBAS, HELIO MINAMOTO, PAULO FRANCISCO GUERREIRO CARDOSO, PAULO MANUEL PÊGO-FERNANDES