Dados do Trabalho


Título

TUMOR BENIGNO RARO: PNEUMOCITOMA ESCLEROSANTE EM PACIENTE DE MEIA IDADE EX-TABAGISTA - RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar um caso de pneumocitoma esclerosante em paciente ex-tabagista.

Relato do Caso

Paciente feminina, 55 anos, ex-tabagista, diabética e hipertensa, procurou atendimento relatando um quadro de tosse e expectoração. Tomografia de tórax mostrou nódulo sólido de contornos irregulares de 23x19mm, localizado em segmento apicoposterior do lobo superior esquerdo e pequenos nódulos com atenuação em vidro fosco difuso em ambos os pulmões e menores que 10mm. Exames laboratoriais estavam sem alterações, pesquisa BAAR negativo em três amostras. Em seguida foi realizado segmentectomia pulmonar esquerda, sendo o anatomopatológico transoperatório inconclusivo com linfonodos das cadeias 5 e 9 livres, necessário assim, a realização de estudo imuno-histoquímico para elucidação diagnóstica que constatou uma lesão nodular composta por dois tipos de células neoplásicas: celular superficiais cuboidais (morfolagicamente semelhantes a pneumócitos do tipo II) e células estromais arredondadas (exibindo bordas bem definidas e núcleo arredondado com cromatina fina e nucléolo inconspíco). As células superficiais mostraram positividade forte para pancitoceratina, EMA e TTF1 e as células estromais mostraram positividade fraca para pancitoceratina e EMA e forte e difusa para TTF1, achados consistentes com o diagnóstico de pneumocitoma esclerosante. Após o diagnóstico, a paciente foi encaminhada para lobectomia de complementação, junto de linfadenectomia e drenagem pleural em selo d'água. Pós operatório imediato favorável.
Pneumocitoma ou hemangioma esclerosante (HE), é classificado como tumor benigno raro, de crescimento lento e dificilmente metastático. Segundo a classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), revista em 1999, o HE foi incluído no grupo de tumores miscelâneos do pulmão. É considerado uma entidade distinta, caracterizada pela proliferação vascular e marcada tendência à esclerose. Atualmente, acredita-se que a sua origem ocorra no epitélio respiratório primitivo, provavelmente nos pneumócitos tipo II, o que favorece a utilização do termo pneumocitoma pulmonar. A incidência do HE no pulmão é baixa, sendo que, até o ano de 2000, tinham sido descritos somente 150 casos. É um tumor mais comum em mulheres (5:1), com a idade variando de 15 a 83 anos, com predomínio na quinta década. Na maioria dos casos, os pacientes são assintomáticos; contudo, alguns apresentam tosse, dor torácica e hemoptise. Nesta condição, geralmente são tumores volumosos e de localização central.
Geralmente o HE é encontrado em radiografias de tórax casuais (70-78%). Correspondem a nódulos pulmonares solitários periféricos circunscritos, com tamanho entre 0,3 cm a 7 cm. Os nódulos são de localização subpleural, encontrados, em mais da metade dos casos, nos lobos inferiores, um pouco mais frequentes à direita. O tratamento das lesões únicas de HE é a ressecção cirúrgica, sendo que o prognóstico costuma ser bom. Embora a lobectomia tenha sido realizada em alguns casos de localização central, a ressecção em cunha ou a enucleação parece ser suficiente. A ocorrência de metástases para linfonodos é rara, ocorrendo maior possibilidade no caso de tumores grandes.

Área

Oncologia Torácica

Instituições

FURB - Santa Catarina - Brasil

Autores

EDIANE CRISTINA CENCI, LAURA BERTOLDO LOPES, ROMERO FENILI, LUANA MARA TORESAN