Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DOS FATORES PROGNOSTICOS DE PACIENTES SUBMETIDOS A METASTASECTOMIA PULMONAR POR NEOPLASIA COLORRETAL.

Objetivo

O pulmão é um dos órgãos mais acometidos por metástases e está diretamente relacionado ao prognóstico e sobrevida global dos pacientes oncológicos. O câncer Colorretal é o carcinoma epitelial mais comum nas metástases pulmonares e a metastasectomia é a ressecção cirúrgica das lesões com benefícios oncológicos em casos selecionados. O objetivo do estudo foi avaliar fatores associados ao prognóstico dos pacientes submetidos à ressecção cirúrgica para o tratamento de metástases pulmonares do câncer Colorretal

Método

Estudo retrospectivo observacional com revisão de prontuário de 223 pacientes com câncer de cólon submetidos à metastasectomia pulmonar de junho de 2009 a junho de 2020 no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP)

Resultados

A amostra teve predominância do sexo masculino, com 130 pacientes (58,3%), 55,2% (123) não tabagistas e a idade média de 62,1 anos (± 10,3). Foram submetidos à quimioterapia 175 pacientes (79,5%) e apenas 1 (0,5%) a radioterapia. O número médio de nódulos pulmonares identificados no pré-operatório foi de 1,9 (± 1,5), todavia, 15 (6,7%) pacientes apresentaram número de nódulos ressecados maior do que os diagnosticados previamente e 40 (17,9%) pacientes tinham doença secundária pulmonar bilateral ao diagnóstico. Cinquenta e um (23%) pacientes apresentavam metástase hepática sincrônica.
A via de acesso cirúrgico foi por toracotomia em 198 (88,8%) pacientes e videotoracoscopia em 25 (11,2%). As ressecções cirúrgicas utilizadas foram cunha 102 (45,7%), nodulectomia 59 (26,5%), segmentectomia 41 (18,4%) e lobectomia 21 (9,4%), sendo 90,9% (199) R0 confirmado por patologia. Trinta pacientes (13,8%) foram submetidos a cirurgia bilateral sequencial. Trinta e um pacientes (13,9%) recidivaram no pulmão e destes, 8 (13,1%) em local de ressecção pulmonar prévia. O tempo de follow-up médio dos pacientes com recidiva pulmonar foi de 18 meses (± 15,6). Sessenta e oito pacientes (30,5%) evoluíram para óbito: 5 (2,2%) nos primeiros 30 dias pós-operatórios, o restante teve tempo de follow-up médio de 31,7 meses (± 26,5). Os pacientes com metástase hepática sincrônica ao diagnóstico (23%) evoluíram com menor tempo livre de doença (p = 0,0021). Pacientes com complicação clínica no pós-operatório 18 (11,5%) tiveram sobrevida significativamente menor (p = 0,035), apesar de não haver diferença na análise isolada por comorbidades.

Conclusões

Pacientes submetidos à metastasectomia Colorretal pulmonar com metástase hepática sincrônica apresentam menor tempo livre de doença, assim como aqueles com complicação no pós-operatório estão associados ã sobrevida menor. A quantidade relativamente baixa de recidiva da doença na amostra impede uma avaliação multivariada.

Área

Oncologia Torácica

Instituições

Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

JULIANA ROCHA TRINDADE, JULIANA VIEIRA OLIVEIRA SALERNO, PAULA DUARTE D AMBROSIO, PAULO MANUEL PEGO-FERNANDES, RICARDO MINGARINI TERRA