Dados do Trabalho
Título
RECONSTRUÇAO DE PAREDE TORACICA APOS ESTERNECTOMIA PARCIAL PARA RECIDIVA ULCERADA DE CANCER DE MAMA COM NEO-COSTELA
Objetivo
As neoplasias da parede torácica têm a cirurgia como uma opção de tratamento. Infelizmente essas ressecções determinam defeitos no arcabouço rígido que podem necessitar de reconstrução. Em regiões com muita musculatura pode-se apenas aproximar tecidos vizinhos. Em outras partes como na face lateral e anterior é importante manter a semi-rigidez da parede torácica. Na região esternal isso é ainda mais importante, devendo a região percordial ser rígida para proteger o coração. Descrever a reconstrução da parede após a ressecção parcial do esterno utilizando a técnica de neo-costela.
Relato do Caso
Mulher, 57 anos, com história de câncer de mama 8 anos antes tratado com quimioterapia neoadjuvante seguida de mastectomia à direita e radioterapia adjuvante. Apresentou-se no serviço com relato de ferida ulcerada na região esternal distal há cerca de 1 ano. Biópsia confirmou recidiva de carcinoma invasivo de mama no esterno. Apesar das tentativas de tratamento local não cirúrgico a ferida nunca havia cicatrizado, determinando mau cheiro e necessidade de curativos. Estadiamento sistêmico mostra múltiplas metástases ósseas. Foi feita ressecção higiênica no esterno distal em bloco, incluindo a pele em volta da lesão ulcerada, musculatura, esterno e cartilagens costais. Após a ressecção ficava nítida a fácil cobertura com pele e derme, mas a falta de estrutura rígida que pudesse proteger o precordio. Foi realizada reconstrução utilizando a técnica de neo-costela (neo rib) modificada com uso de fio de aço cirúrgico número 5 e metilmetacrilato para possibilitar arcabouço rígido para proteção do precórdio. Depois então os planos musculares, dérmicos e epidérmicos foram suturados. O pós-operatório ocorreu sem complicações sem infecção de ferida. Tomografia realizada 6 meses após mostrou enxertos tópicos cobrindo o coração. A paciente evoluiu, apesar do tratamento oncológico com piora de metástase ao nível da coluna cervicotoracica com infiltração de medula que determinou paraplegia mesmo tendo sido realizada laminectomia da região pelo serviço de neurocirurgia de outro hospital. Atualmente segue em cuidados paliativos sem evidência de ulceração aberta no local do esterno. O uso de neo-costela permitiu boa reconstrução da parede torácica após esternectomia parcial oferecendo rigidez e proteção adequada ao coração, sem necessidade de uso de telas ou grande placas de metilmetacrilato, principalmente na existência de infecção local e é opção viável para reconstrução do esterno.
Área
Deformidades da Parede Torácica
Instituições
Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes - Ceará - Brasil
Autores
LEONARDO CESAR SILVA OLIVEIRA, FRANCISCO MATHEUS TAVARES FERNANDES VIEIRA, RYAN NOGUEIRA LIMA, DAVI SARTORIO CYPRIANO, NATHALIA SOUZA E SILVA ZACARIAS