Dados do Trabalho


Título

QUAIS SAO OS RESULTADOS DO TRATAMENTO CIRURGICO DE NODULOS MALIGNOS EM VIDRO FOSCO COMPARADO COM LESOES IA SOLIDAS?

Objetivo

O estudo teve como objetivo comparar o tratamento, sobrevida e subtipo histológico de adenocarcinoma das lesões pulmonares primárias malignas no estádio IA sólidas com nódulos malignos subsólidos.

Método

Análise retrospectiva de 73 pacientes com lesão pulmonar definidas tomograficamente de sólida ou subsólida e categorizadas como estádio IA com base no banco de dados dos pacientes do Serviço de Cirurgia Torácica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre durante os anos de 2010 e 2022.

Resultados

Foram avaliados 73 pacientes submetidos a cirurgia entre abril de 2010 e julho de 2022, destes pacientes, 49 (66%) apresentaram lesão sólida no estádio IA (LS) e 24 (34%) pacientes com lesão maligna subsólida (LSS). Dos 49 pacientes com LS, 23 (47%) eram do sexo masculino, 41 (83%) eram da raça branca, 5 (10%) sem história de tabagismo, 15 (30%) portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e a mediana da idade na cirurgia foi de 62 anos. No grupo da LSS foram analisados 24 pacientes, 6 (25%) do sexo masculino, 22 (92%) da raça branca, 5 (21%) tinham DPOC e a idade mediana na cirurgia foi de 64 anos. No grupo da LSS foram realizadas 23 (96%) lobectomias e 1 (4%) ressecção sublobar. À análise anatomopatológica, foram identificados 21 (88%) lesões compatíveis com adenocarcinoma primário de pulmão, destes apenas 2 (8%) eram in situ e 1 (4%) microinvasor; enquanto que os do grupo LS, 49 (100%) foram submetidos a lobectomia e apenas 30 (61%) compatíveis com adenocarcinoma invasivo. A relação das medidas tomográficas entre o maior diâmetro da parte sólida e da parte total do tumor (relação C/T) no grupo LSS foi de 0,45. A sobrevida média em meses para o grupo LSS foi de 73 meses e para o grupo LS foi de 96 meses, sem diferença estatística. Identificou-se diferença significativa no subtipo histológico adenocarcinoma invasivo entre os grupos LS e LSS.

Conclusões

Esta coorte histórica sugere uma prevalência alta de adenocarcinoma invasivo na população de pacientes com nódulo em vidro fosco, uma vez que a maioria das publicações mostram prevalências abaixo de 50 %. Desta maneira, mais estudos precisam ser realizados para confirmar estes achados e esclarecer a prevalência de adenocarcinoma invasivo nos nódulos subsólidos de pacientes brasileiros com o objetivo de direcionar um melhor tratamento.

Área

Oncologia Torácica

Instituições

Hospital de Clínicas de Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

MARIA ALICE MATIAS CARDOZO, ALLINE KAROLYNE CANDIDA SILVA, DIEGO CORSETTI MONDADORI, LUIZ FELIPE LOPES ARAÚJO, WILLIAM LORENZI, CRISTIANO FEIJÓ ANDRADE, ALEXANDRE HEITOR MORESCHI, MAURICIO GUIDI SAURESSIG