Dados do Trabalho


Título

LOBECTOMIA PULMONAR APOS EMBOLIZAÇAO COM ONYX

Objetivo

Descrever o caso de ressecção regrada pulmonar para tratamento de hemoptise. Paciente portadora de malformação vascular, previamente tratada com embolização brônquica e sistêmica com Onyx. Descreve-se a dificuldade técnica encontrada.

Relato do Caso

Paciente feminina, 40 anos, sem comorbidades, portadora de malformações arteriovenosas pulmonares (MAV) diagnosticadas em 2011, associada a bronquiectasias pulmonares. Realizou 3 embolizações prévias brônquicas e de artérias intercostais, sendo a última realizada em janeiro de 2019 com o material Onyx (produto composto de uma solução de 3 materiais: copolímero de álcool vinil etileno, sulfóxido de dimetileno e pó de tantalum). Atualmente, apresentava episódios de hemoptise recorrente de importante volume. Após discussão multidisciplinar com pneumologistas e radiologistas intervencionistas, foi decidido pela ressecção do lobo doente. Exames pre'’operatórios e provas de função pulmonar eram normais. Broncoscopia revelou grande quantidade de secreção em lobar suiperior direito. Lavado inconclusivo.Foi realizada toracotomia com plano inicial de lobectomia superior direita, no entanto foi necessária realização de bi-lobectomia (superior e média) em razão da dificuldade técnica para lobectomia superior com segurança pelas aderências e pela neovascularização tanto do pulmão com a parede torácica, como no hilo pulmonar. Durante o procedimento cirúrgico, quando o eletrocautério monopolar entrava em contato com o material do Onyx, grandes faíscas eram geradas, diferentemente de quando há contato do cautério com materiais mais comumente utilizados nas embolizações. Isto dificultou a hemostasia, que foi tratada com sutura, clips e ligadura. Posteriormente, soube-se que conforme indicação do fabricante do composto Onyx, é indicado uso de eletrocautério bipolar em pacientes que tenham realizado previamente embolização com o composto. Entretanto, vasos de mais de 1 cm foram encontrados provenientes da parede torácica e de artérias brônquicas que n!ao seriam hemostasiadas com energia bipolar. A paciente apresentou uma boa recuperação pós operatória, tendo o lobo inferior ocupado parcialmente a cavidade. Paciente teve alta hospitalar no sexto pós operatório. Em revisão de 30 dias, apresentava-se bem, sem sinais de infecção ou hemoptise.

Área

Fronteiras em Cirurgia Torácica

Instituições

Hospital São Lucas da PUC - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

KEVIN MAAHS KLEIN, JONATHAN SEIXAS PEREIRA, VALENTINA BRATTI DE NADAL, DARCY RIBEIRO PINTO, JAYME OLIVEIRA RIOS, JOSE ANTONIO LOPES DE FIGUEIREDO PINTO, MARIA TERESA RUIZ TSUKAZAN SCHWARZ, AIRTON SCHNEIDER