Título

ESTUDO DO LAVADO BRONCOALVEOLAR E DA CULTURA DE SECREÇAO BRONQUICA COMO FERRAMENTAS NA AVALIAÇAO DA INCIDENCIA DE INFECÇOES NOS DOADORES DE PULMAO

Objetivo

Objetivo desse estudo é avaliar a incidência de infecções pulmonares em doadores de pulmão avaliados pelo Grupo de Transplante Pulmonar do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e identificar o perfil bacteriano e fúngico desses pacientes, com o intuito de mapear os principais microrganismos presentes em nosso meio, e, consequentemente, reduzir a incidência de infecções transmitidas do doador ao receptor.

Método

Estudo retrospectivo e descritivo, entre 2010 e 2022, de 140 doadores de pulmão por meio do banco de dados do Grupo de Transplante de Pulmão do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Resultados

O doador de órgãos brasileiro é predominantemente do sexo masculino (65,71%), com idade média de 29,26 anos, índice de massa corporal (IMC) médio de 23,23, tipo sanguíneo A (42,86%) ou O (42,14%). As principais causas de morte encefálica foram traumatismo cranioencefálico (55%) e acidente vascular cerebral (37,86%). Apenas 6,79% dos doadores tiveram culturas negativas para bactérias e 70,55% tiveram culturas negativas para fungos. A bactéria mais comumente encontrada foi Staphylococcus aureus sensível à oxacilina (25,71%) e o fungo mais identificado foi Candida albicans (13,01%). A análise estatística demonstrou correlação entre infecção e IMC (p 0,046) ao comparar a população geral. Entre a população masculina, a duração da intubação é um fator de risco para infecção em doadores (p 0,007). O mesmo não foi observado para a população feminina. As demais variáveis ​​avaliadas não demonstraram significância estatística.

Conclusões

Estudo demonstra que o doador de pulmão brasileiro é, em geral, homem, jovem e vítima de trauma. Mais de 90% dos doadores têm culturas de lavado brônco-alveolar e secreções brônquicas positivas, inferindo em doadores com critérios marginais.