Dados do Trabalho


Título

Linfoma Plasmablástico Torácico em paciente imunocompetente: um relato de caso

Objetivo

Descrever caso de Linfoma Plasmablástico torácico em paciente HIV-negativo.

Relato do Caso

Introdução
O Linfoma Plasmablástico (LPB) é um tipo raro, porém extremamente agressivo, de Linfoma não Hodgkin; ele está comumente associado a infecção pelo HIV, possuindo uma incidência de aproximadamente 2,6% dentre os linfomas em pacientes portadores do vírus. Menos frequente, pode ser evidenciado, também, em pacientes com outras 'imunodeficiências. Os locais mais descritos de acometimento do LPB são a cavidade oro-nasal e o trato digestivo. Seu comportamento celular e molecular determinam um grande desafio terapêutico, já que o colocam como uma neoplasia químio-resistente, de maneira que o prognóstico associado é, comumente, reservado. Em função de sua raridade, não existem protocolos bem estabelecidos para o manejo terapêutico dos pacientes com esse diagnóstico. Nesse trabalho, tratemos um caso de um LPB torácico em paciente HIV-negativo e sem outras imunodeficiências, diagnosticado através de biópsia cirúrgica via cirurgia torácica vídeo-assistida. Poucos casos na literatura relatam esse tipo de neoplasia em pacientes imunocompetentes.

Descrição
Paciente sexo feminino, 78 anos, previamente hígida, com queixa de dor em abdome superior e perda ponderal não intencional há 1 mês. TC de abdome demonstrou processo infiltrativo envolvendo mediastino, em situação paravertebral, à direita, desde T10 até L2, com massa paravertebral que acometia compartimento pleural direito e musculatura paravertebral direita, infiltrando/reabsorvendo o segmento proximal do 11° arco costal direito, medindo 8,0 x 3,0 cm em seus maiores diâmetros transversos. Optado pela realização de Videotoracoscopia para biópsia cirúrgica de lesão e exploração da cavidade pleural direita; no procedimento, foi evidenciado pequeno derrame pleural. Peças operatórias foram enviadas para estudo anatomopatológico e imunohistoquímico, sendo determinada presença de neoplasia maligna plasmablástica, compatível com Linfoma Plasmablástico; líquido pleural foi enviado para análise citológica, que concluiu presença de neoplasia maligna indiferenciada. Equipe de Oncologia seguiu em investigação clínica, determinando, através da história clínica e múltiplos testes laboratoriais, a ausência de infecção pelo HIV nessa paciente e de outros fatores associados à imunossupressão. Definido estratégia terapêutica como sendo associação de radioterapia com quimioterapia (DA-EPOCH-R), obtendo pouca resposta, no entanto. Paciente evoluiu com compressão medular e, posteriormente, abriu quadro súbito de hemorragia digestiva de grande monta, atribuída a retite actínica. Em função de quadro hipovolêmico e instabilidade hemodinâmica irreversível, paciente foi à óbito.

Conclusão
Embora raro, o Linfoma Plasmablástico traz-se como uma realidade dentre as inúmeras entidades clínicas neoplásicas e deve fazer parte dos diagnósticos diferenciais frente aos diferentes Linfomas, mesmo em pacientes imunocompetentes. A comunicação entre a equipe de cirurgia, oncologia e patologia é fundamental para a correta investigação clínico-cirúrgica, determinando o correto diagnóstico, de maneira a permitir a realização de um plano terapêutico bem direcionado.

Área

Oncologia Torácica

Instituições

Hospital Universitário Oswaldo Cruz - Universidade de Pernambuco - Pernambuco - Brasil, Serviço de Cirurgia Torácica de Recife - Pernambuco - Brasil

Autores

ADOLPHO BARROS SILVA DE OLIVEIRA, MARIA CAROLINA SANTOS MALAFAIA FERREIRA, DUÍLIO CABRAL DA COSTA NETO, ARTHUR DOS SANTOS SENA, CÉSAR FREIRE DE MELO VASCONCELOS, WOLFGANG WILLIAM SCHMIDT AGUIAR