Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇAO DE UM NOVO SISTEMA COM COLETOR FECHADO SEM SELO D'AGUA COM VALVULA EM POS OPERATORIO DE CIRURGIA TORACICA.
Objetivo
O estudo tem como objetivo avaliar a evolução clínica de pacientes e a funcionalidade do Physiodrain® comparado ao Selo D’agua, após cirurgia torácica que necessitem de drenagem pleural. Todas as cirurgias foram realizadas pela equipe de cirurgia torácica do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro/RJ), no período compreendido entre julho de 2021 a julho de 2022.
Método
Foi realizada um estudo prospectivo transversal em 24 pacientes com análise exploratória de dados através do cálculo de medidas descritivas (média, desvio padrão, mínimo, mediana, máximo, frequência e porcentagem). Para comparar os grupos foram usados os testes de Mann-Whitney ou Qui-Quadrado. O modelo de regressão logística foi usado para avaliar a influência conjunta do tempo de drenagem e expansão pulmonar na diferenciação entre os grupos. O nível de significância adotado foi de 5%. Utilizamos um esquema alternado entre os sistemas por cirurgias, sendo para cada cirurgia designada um tipo de drenagem por vez, convencionado o grupo A utilizando o sistema Physiodrain® e o grupo B utilizando o sistema em selo d’água.
Resultados
O grupo A (12 pac), designado ao uso do sistema Physiodrain®, apresentou:
- tempo médio de drenagem de 3,9 dias;
- volume total drenado média de 624 ml/paciente;
- internação no CTI, média de 2,3 dias e
- média de 6 dias até alta hospitalar.
Quatro pacientes apresentaram expansão pulmonar incompleta (1 por hemotórax, 1 por encarceramento pulmonar, 1 por atelectasia e 1 com câmara pleural apical). Três pacientes apresentaram eventos adversos com o sistema de drenagem: 1 por obstrução da válvula por fibrina, 1 por pequena fuga de ar pós-operatória de difícil quantificação e 1 por obstrução da válvula por coágulo em hemotórax pós-operatório; todos estes pacientes com eventos adversos, foram manejados com troca do sistema de drenagem para o selo d’água, com 1 necessitando de reabordagem cirúrgica por hemotórax retido.
O grupo B (12 pac), designado ao uso do sistema de drenagem com selo d’água, apresentou:
- tempo médio de drenagem de 6,8 dias;
- volume total drenado médio de 1700ml/paciente;
- internação no CTI, média de 1,75 dias e
- 8,2 dias até alta hospitalar.
Sete pacientes apresentaram expansão pulmonar incompleta com presença de câmara pleural. Nenhum dos pacientes neste grupo necessitou de reabordagens cirúrgicas.
Observamos ainda a maior taxa de pacientes com adequada expansão pulmonar no grupo do coletor valvulado Physiodrain® (80% x 41,7%) e o menor período médio de drenagem(3,9 dias x 6,8 dias). O grupo Physiodrain apresentou menor volume drenagem que o grupo Selo d’agua (N=12) (p-valor = 0,041). No grupo Selo d’agua foi observado que os pacientes sem expansão pulmonar apresentaram maior tempo de drenagem que os pacientes com expansão pulmonar (p-valor = 0,026).
Conclusões
Podemos observar que a utilização desse novo sistema de drenagem valvulado Physiodrain® se mostrou adequado e seguro para pacientes em pós-operatório de cirurgias torácicas (incluindo cirurgias de ressecção pulmonar), observando seu risco de obstrução por coágulos em pacientes com potencial de sangramento pós-operatório.
Área
Afecções Pleurais
Instituições
Hospital Universitário Pedro Ernesto - FCM/UERJ - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
JOÃO FELIPE MARQUES DE JESUS, EDUARDO HARUO SAITO, IVAN MATHIAS FILHO, CLAUDIO HIGA, BERNARDO GIOSEPE AGOGLIA, CARLOS EDUARDO LIMA, HERIC SUCKOW DE BARROS, RODOLFO ACATAUASSU NUNES