Dados do Trabalho
Título
UMA NOVA OPÇAO EM RECONSTRUÇAO DE PAREDE TORACICA NOS PACIENTES SUBMETIDOS A TORACECTOMIA
Objetivo
A necessidade de reconstrução da parede torácica é pouco frequente na prática diária do cirurgião torácico. Independente do objetivo inicial, seja após ressecções oncológicas ou no tratamento das deformidades congénitas, ela ocupa um papel importante no desfecho dos pacientes. Atualmente, existe no mercado uma enorme variedade de materiais, desde sintéticos, absorvíveis e não absorvíveis. No entanto, a melhor opção ainda não está bem definida.
O Vitagrafté um osteoindutor e osteocondutor que atua na regeneração óssea. Trata-se de um material sintético, biocompatível, absorvível, não citotóxico, não imunogênico e apirogênico. É constituído por uma cerâmica nanométrica de fosfato tricálcico na fase β (β-TCP) e o copolímero ácido glicólico polilático. Logo, este estudo pretende avaliar de forma prospetiva a segurança do uso do Vitagraft nas reconstruções da parede torácica.
Método
Um estudo prospectivo em que os pacientes foram submetidos a extensas reconstruções de parede torácica baseadas no uso de Vitagraft. Cada caso foi acompanhado por um período mínimo de três meses após a intervenção cirúrgica. Serão consideradas as seguintes variáveis: KPS, ECOG, tipo histológico, rádio ou quimioterapia pré-operatório, tratamento cirúrgico prévio, tempo entre cirurgias, tamanho do defeito, retalho miocutâneo, complicações locais e sistémicas, recidiva, sobrevida, tempo livre de doença e mortalidade.
Resultados
Em um total de onze pacientes, oito ressecções foram realizadas para o tratamento de tumores de parede torácica. Uma reconstrução foi realizada para o tratamento de fenda esternal e outra para síndrome de Poland. Uma esternectomia foi consequência de deiscência esternal tardia após cirurgia cardíaca. O fechamento primário com músculo peitoral foi realizado em 63,6% dos pacientes, enquanto o grande dorsal e os retalhos da parede abdominal foram necessários em dois casos, respectivamente. O Vitagraft foi usado em conjunto com a tela de polipropileno em oito casos e associado ao pericárdio bovino em apenas um. Em dois casos o Vitagraft foi utilizado sem nenhuma associação. A reoperação foi necessária em dois casos e a retirada da prótese em um deles. Insuficiência respiratória e complicações sistêmicas maiores não foram evidenciadas.
Conclusões
Em nosso estudo, o primeiro a avaliar o Vitagraft em relação as extensas reconstruções da parede torácica, a segunda operação foi necessária em 28% dos casos. A remoção da prótese foi obrigatória em 14% dos casos. Até o momento, a tomografia de tórax pós-operatória aos três meses tem mostrado uma boa biocompatibilidade da prótese. Precisamos de mais detalhes sobre o tempo de ossificação, principalmente em relação ao tamanho da ressecção.
Área
Deformidades da Parede Torácica
Instituições
universidade de sao paulo - São Paulo - Brasil
Autores
JOAO PAULO CASSIANO MACEDO, PEDRO HENRIQUE XAVIER NABUCO DE ARAUJO, , JOSE RIBAS MILANEZ DE CAMPOS, RICARDO MINGARINI TERRA, PAULO MANUEL PEGO FERNANDES