Dados do Trabalho


Título

USO DE TERAPIA DE VACUO ENDOSCOPICO PARA TRATAMENTO DE FISTULA TRAQUEO-ESOFAGICA E LACERAÇAO ESOFAGICA: UMA SERIE DE CASOS

Objetivo

Fístulas esofágicas e traqueo-esofágicas e laceração esofágica são associadas a significativa morbi-mortalidade, internações prolongadas e elevados custos, demandando frequentemente múltiplas intervenções cirúrgicas para o tratamento. A terapia de vácuo endoscópico (TVE) é uma alternativa viável, facilmente aplicável, minimamente invasiva e pouco onerosa ao sistema hospitalar. O objetivo é revisar os resultados de pacientes submetidos a TVE para tratamento de fístulas esofágica e traqueo-esofágica em hospital terciário.

Relato do Caso

Caso 1: masculino, 45 anos, submetido à mediastinoscopia diagnóstica. Foi diagnosticado com fístula de esôfago distal de mais de 3 cm de extensão no pós-operatório (PO). Instalada TVE e realizadas 5 trocas do dispositivo. A terapia foi mantida por 33 dias até a constatação endoscópica de resolução da fístula. O paciente recebeu alta hospitalar sem disfagia, sem estenose e sem a realização de procedimentos cirúrgicos. Caso 2: masculino, 27 anos. Diagnosticado com fístula traqueo-esofágica no 6º dia PO de esofagectomia para tratamento de estenose benigna de esôfago. No 22º dia PO foi submetido a traqueostomia e TVE. Permaneceu com TVE por 55 dias, sendo realizadas 7 trocas do curativo no período com redução progressiva da fístula no período. Submetido a esôfago-traqueoplastia após tratamento endoscópico. Recebeu alta no 13º PO após o procedimento, sem traqueostomia e sem estenoses. Caso 3: feminino, 43 anos, submetida a esôfago-traqueoplastia para tratamento de fístula traqueo-esofágica pós-intubação. No 5º dia PO apresentou novo quadro compatível com fístula traqueo-esofágica. Confirmada a presença de pequena fístula na luz esofágica, foi iniciada a TVE, a qual foi mantida por 17 dias até resolução. Recebeu alta no 30º dia de PO sem evidência de fístula, com boa aceitação de dieta, sem estenose e sem ostomias.
A TVE é um tratamento endoscópico, minimamente invasivo, de fácil instalação e baixo custo, permitindo a drenagem contínua de secreções e favorecendo a reparação tecidual das fístulas com auxílio da pressão negativa. Essa série revela boa evolução associada a essa terapia, com baixa morbidade e nenhuma mortalidade. A TVE permite a resolução completa da fístula ou otimização do controle infeccioso e redução do processo inflamatório como ponte para cirurgia reparadora da fístula

Área

Cirurgia Minimamente Invasiva

Instituições

Santa Casa de Misericordia de Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

NILTON SEBASTIAO GARCIA ALMEIDA NETO, STEPHAN ADAMOUR SODER, WANESSA NAYANE RABELO, LUIZA SEIXAS SÁ BELTRAMO, MARIA EDUARDA CORREA PEREIRA, GABRIELE ECKERDT LECH, PEDRO ANTONIO PALUDO MENNA BARRETO