Título

TRAQUEOSTOMIA: UMA ANALISE TRANSVERSAL DE 10 ANOS DA REGIÃO NORDESTE.

Objetivo

Este estudo tem por objetivo analisar aspectos epidemiológicos do procedimento de traqueostomia na região Nordeste (NE) do Brasil em relação ao restante do país.

Método

Estudo de série temporal, baseado no banco de dados do Sistema de Informações em Saúde (TABNET), disponibilizado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). No Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), foram coletadas informações sobre “Traqueostomia". Foram avaliadas as variáveis “internações”, “valor médio de gastos por internação”, “média de permanência”, “óbitos” e “taxa de mortalidade” considerando o período de novembro/2012 a novembro/2022. Todos os dados foram transferidos para o software “SPSS” no qual foram realizados testes-t para comparação de médias e testes de correlação paramétricos, p<0,05 foi considerado significativo para um intervalo de confiança de 95% e amostras foram calculadas previamente.

Resultados

O total de internações para a realização da traqueostomia na região NE, no período de 10 anos, foi de 45980, correspondendo a cerca de 26,64% das internações por este procedimento no Brasil. Na região NE há um aumento (p<0,001), medido pelo teste-t independente, na média de permanência (mp) 12,8 dias quando comparado a mp nacional de 10,8 dias. Vale ressaltar que o valor médio por internação no NE é de R$4055,36, valor que é superior à média nacional de R$3751,70. A média na taxa de mortalidade (tm) na região NE foi de 36,05%, que também é maior que a média brasileira de 33,67%. O número de óbitos (NO) foi de 12.301, valor correspondente a 25,92% do NO nacional , sendo que a população nordestina representa 28,08% segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a população brasileira em 2020.

Conclusões

Pode-se observar que a região NE apresenta um número relevante de internações para a realização de traqueostomia. Evidencia-se que a média de permanência nessa região é superior à média nacional, mediante a um maior valor gasto na internação, entretanto, esta região detém uma taxa de mortalidade mais alta, deixando em evidência a importância da realização de novos estudos que analisem essa peculiaridade com base nos parâmetros epidemiológicos na busca por soluções para melhorar o prognóstico dos pacientes submetidos a esse procedimento.