Título

DESCORTICAÇAO PULMONAR TOTALMENTE VIDEOTORACOSCOPICA COM AUXILIO DE GAS CARBONICO E INTUBAÇAO NAO-SELETIVA: ANALISE DE RESULTADOS

Objetivo

Realizar um levantamento dos dados de pacientes submetidos a descorticação pulmonar, sem levar em consideração o motivo do procedimento, sob a técnica totalmente videotoracoscópica com auxílio de gás carbônico e intubação não-seletiva; apresentando, assim, os resultados, taxa de sucesso e insucesso, tempo de internação e complicações, para assim, definir os reais benefícios da técnica proposta. A divulgação de tais benefícios ajudará a estabelecer um protocolo cirúrgico que beneficiará todos os futuros pacientes tratados não somente neste hospital, como em qualquer outro hospital que adotar essas medidas.

Método

Foram analisados dados de prontuário eletrônico de 77 pacientes submetidos a pleuroscopia e decorticação pulmonar com tecnica totalmente videotoracoscopica e com intubação orotraqueal com tubo simples entre janeiro de 2019 e março de 2021 no Hospital Santa Isabel de Blumenau-SC. Os dados analisados foram catalogados e separados de acordo com sexo e faixa etária dos pacientes, sendo avaliados nos prontuários dados de tempo de internação, duração do procedimento cirúrgico, tempo de drenagem pleural após a cirurgia, complicações intra e pós operatórias e tempo de internação após a cirurgia

Resultados

Dos 77 pacientes incluídos na análise, 28 (36,36%) eram mulheres e 49 (63,63%) eram homens. 03 (03,89%) tinham menos de 20 anos de idade, 18 (23,37%) tinham entre 21 e 40 anos, 35 (45,45%) , 35 tinham entre 41 e 60 anos (45,45%) e 21 (27,27%) tinham mais de 60 anos. Dreno torácico foi retirado em até 03 dias após a cirurgia em 42 pacientes (54,53%), 14 foram retirados entre 4 e 6 dias (18,18%) e 21 pacientes (27,27%) permaneceram com dreno torácico por 7 dias ou mais. 22 pacientes (28,57%) receberam alta hospitalar em até 5 dias, 17 (22,07%) entre 5 e 10 dias, 12 (15,58%) entre 11 e 15 dias e 27 (35,06%) permaneceram internados por mais de 15 dias após o procedimento cirúrgico. Tempo cirúrgico foi de menos de 60 minutos em 02 casos (02,59%), entre 60 e 90 minutos em 23 casos (29,87%) e de mais de 90 minutos em 52 casos (67,53%). Complicações incluíram necessidade de conversão para toracotomia e re-abordagem cirúrgica e ocorreram em 19 (24,67%) pacientes. 03 Pacientes evoluíram com óbito por complicação cirúrgica (03,89%).

Conclusões

A decorticação pulmonar é um procedimento rotineiro em hospitais de médio e grande porte, portanto, sua técnica deve sempre ser aprimorada. Conforme demonstramos no presente estudo, a técnica utilizada por nossa equipe, que consiste na decorticação totalmente videotoracoscópica com auxilio de gas carbônico e tubo simples, é uma técnica segura, com relativo baixo índice de complicações e que possibilita menor custo ao hospital, sendo portanto perfeitamente reproduzível em qualquer hospital que tenha um centro cirúrgico com o mínimo material disponível e não necessitando de familiaridade da equipe de anestesiologia com o tubo duplo-lumen.