Dados do Trabalho


Título

RESSECÇAO POR VIDEO DE SEGUNDO TUMOR PRIMARIO DE PULMAO EM PACIENTE COM DPOC AVANÇADO SEM PERDA DE FUNÇAO PULMONAR.

Objetivo

O câncer de pulmão é responsável por uma das maiores taxas de mortalidade por neoplasias em homens e mulheres, no Brasil e no mundo. O segundo tumor primário de pulmão tem uma incidência em torno de 7,3% a 8,6% (Fink-Neuboek et al, 2003 e Rice et al, 2020). Ademais, devido a fatores de risco em comum, como principalmente o fumo, o DPOC frequentemente pode coexistir junto ao câncer de pulmão, de maneira a comprometer consideravelmente a função pulmonar. Esse trabalho tem por objetivo relatar o caso de um paciente com segundo tumor primário de pulmão do tipo adenocarcinoma invasivo e DPOC avançado submetido à segunda ressecção pulmonar (trissegmentectomia) por vídeo sem perda de função pulmonar.

Relato do Caso

Paciente masculino com 72 anos, ex-tabagista (60 maços/maço) que apresenta-se com quadro de tosse e expectoração mucóide e dispneia (MRC 2) há 5 meses. De comorbidade, tem hipertensão arterial e DPOC com distúrbio obstrutivo moderado (CVF = 3,35 L, VEF1 = 1,72 L e VEF1/CVF = 52%), e tem antecedente de lobectomia superior direita por vídeo há 7 anos (17/03/2014) por câncer de pulmão (Adenocarcinoma moderadamente diferenciado), estádio patológico IIA pela 8a Ed TNM (pT2b, pN0). Fez quimioterapia adjuvante até 2015. No follow-up, em 2021 foi diagnosticado dois novos nódulos no lobo superior do pulmão esquerdo, sendo submetido a trissegmentectomia e linfadenectomia mediastinal por vídeo em 14/03/22, sem intercorrências no trans-operatório, mas no pós-operatório teve pneumonia, tratada com cefepime e azitromicina. Teve boa evolução e saiu de alta hospitalar no 7o PO. O exame anatomopatológico e imunoistoquímico confirmou o diagnóstico de dois novos tumores primário de pulmão no mesmo lobo (pT3) do tipo adenocarcinoma mucinoso invasivo, com STAS e invasão pleural presentes, sem metástases linfonodais (pN0). Apesar do grave distúrbio ventilatório obstrutivo (CVF = 3,72 L, VEF1= 1,42 L e VEF1/CVF = 38%), o paciente apresentou preservação da função pulmonar (CVF = 4,22 L, VEF1 = 1,58 L e VEF1/CVF = 38%) e melhora clínica da dispneia, o que demonstra a importância do diagnóstico precoce e da vídeo-cirurgia na ressecção de tumores de pulmão, principalmente, em pacientes com DPOC.

Área

Oncologia Torácica

Instituições

Hospital De Messejana - Ceará - Brasil

Autores

MATHEUS COUTINHO ALVES DA SILVA, MANOEL ALVES MOTA NETO, RONALDO GUEDES DA SILVA, JOÃO PEDRO DA SILVA BARBOSA, ISRAEL LOPES DE MEDEIROS, JUVERLÂNDIA PEREIRA XAVIER, ANTERO GOMES NETO