Dados do Trabalho


Título

LOBECTOMIA COM BRONCOPLASTIA VERSUS PNEUMONECTOMIA NO CANCER DE PULMAO DE LOCALIZAÇAO CENTRAL: RESULTADOS DE UMA EXPERIENCIA DE 10 ANOS

Objetivo

O câncer de pulmão, segundo estimativas de 2020, é o terceiro mais comum em homens e o quarto em mulheres no Brasil, sem contar o câncer de pele não melanoma, e o de maior taxa de mortalidade nos países de primeiro mundo. O tratamento cirúrgico padrão é a lobectomia pulmonar para tumores periféricos restrito a um lobo e a pneumonectomia ou a lobectomia com broncoplastia nos tumores endobrônquicos centrais e/ou nos periféricos que acometem mais de um lobo. Sabe-se que a pneumonectomia é um procedimento cirúrgico de alta mortalidade, por isto surgiu-se para substituí-la a lobectomia com broncoplastia, que tem menor morbimortalidade cirúrgica, resultados oncológicos semelhantes à pneumonectomia, além de preservar maior quantidade de parênquima pulmonar e oferecer melhor qualidade de vida. O objetivo deste estudo é analisar os resultados, tendo como principais desfechos, complicação, mortalidade cirúrgica e sobrevida global, de pacientes submetidos à pneumonectomia e à lobectomia com broncoplastia por câncer de pulmão, em um hospital de referência em doenças torácicas no Ceará.

Método

Estudo documental e retrospectivo com a coleta de dados de um banco de dados do Hospital e complementados por revisão de prontuários de pacientes portadores de câncer de pulmão submetidos à pneumonectomia (Grupo A) ou lobectomia com broncoplastia (Grupo B), com finalidade curativa, nos últimos 10 anos. Nos dois grupos foram coletados para análise os dados de sexo, idade, comorbidades, vias de acesso, tempo de permanência hospitalar, histologia do tumor, estádio patológico, complicação, mortalidade cirúrgica nos primeiros 30 dias de pós-operatório e sobrevida global.

Resultados

Foram estudados 69 casos (Grupo A = 39 pacientes e Grupo B = 30 pacientes). Não houve diferença estatística em relação à idade e sexo nos dois grupos. O grupo A tinha mais comorbidades que o grupo B (20 versus 8, p = 0,039). A via de acesso cirúrgica mais comum foi a toracotomia para ambos os grupos (53). O tipo histológico mais comum foi o adenocarcinoma (8) e o carcinoma de grandes células (8) no grupo da pneumonectomia, e, no grupo da broncoplastia, foi o tumor carcinóide típico (12). O estádio mais comum foi o IIIA (25). Os pacientes do Grupo A tiveram mais complicações que os do Grupo B (40% versus 25,9%, p = 0,24), embora a diferença não tenha sido estatisticamente significativa. O tempo de permanência hospitalar foi semelhante nos dois grupos. A mortalidade cirúrgica foi de 5,1% no Grupo A (2 casos) e 0% no Grupo B. A sobrevida global tardia foi de 72,9% na pneumonectomia e de 93,3% na broncoplastia (p = 0.62).

Conclusões

O grupo da pneumonectomia apresentou uma tendência de maior número de complicação e de mortalidade cirúrgica, e de menor sobrevida global, que o grupo da broncoplastia, o que torna a lobectomia com broncoplastia o procedimento de eleição, sempre que possível.

Área

Oncologia Torácica

Instituições

Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes - Ceará - Brasil

Autores

DAVI SARTÓRIO CYPRIANO, LEONARDO CEZAR SILVA OLIVEIRA, FRANCISCO MATHEUS TAVARES FERNANDES VIEIRA, NATHALIA SOUZA SILVA ZACARIAS, GUSTAVO MOREIRA SIQUEIRA, ANTERO GOMES NETO