Dados do Trabalho


Título

MIGRAÇAO DE TUBO T DE MONTGOMERY - RELATO DE CASO

Objetivo

OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é relatar um caso de migração de tubo-T de Montgomery sem obstrução da via aérea e o seu manejo.

Relato do Caso

RELATO DO CASO
Paciente masculino, 24 anos, usuário de endoprótese traqueal em T em posição infraglótica há 6 anos devido estenose traqueal, admitido ao serviço de emergência relatando deslocamento da prótese após crise de tosse. Havia sido submetido a troca da endoprótese de 12mm por laringoscopia de suspensão 5 dias antes da admissão. Dimensões dos ramos proximal e distal foram mantidas com 15mm e 40 mm respectivamente.
Ao exame físico, apresentava-se assintomático. Tomografia de tórax e pescoço identificou intrusão de ramo lateral da prótese, com manutenção de ramos proximal e distal pérvios (Figura 1a).
Submetido à broncoscopia flexível (aparelho Olympus BFQ180) sob anestesia geral, através de máscara laríngea. Identificada estenose subglótica à 2cm das pregas vocais com diâmetro de 10mm. Verificada presença do Tubo T com ramo lateral no interior da via aérea (Figura 1b), sendo possível, entretanto, transpassar endoprótese através da luz dos ramos proximal e distal.
Procedido à retirada da endoprótese através de traqueostoma com auxílio de pinça Kelly. Locada nova endoprótese com ramo proximal medindo 20mm e distal 40mm, sem intercorrências.
Evolui de forma satisfatória, com alta hospitalar no dia seguinte ao procedimento.

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
O Tubo T de Montgomery é amplamente utilizado em pacientes com estenose traqueal por intubação prolongada sem condições de tratamento definitivo. A utilização da prótese traqueal melhora a qualidade de vida desses pacientes permitindo melhor interação social, reabilitação, normalização do olfato e voz entre outros benefícios. Entretanto, a utilização do tubo T não é isenta de riscos.
A migração do tubo T é uma complicação rara, pois o ramo lateral tem a função de fixação da prótese. No entanto, esta complicação é potencialmente grave, pelo risco de obstrução da via aérea, com necessidade de abordagem emergencial. O caso relatado mostra intrusão completa da prótese, com manutenção da via aérea.

Área

Cirurgia das Vias Aéreas

Instituições

INCOR-HCFMUSCP - São Paulo - Brasil

Autores

ANA CAROLINA DE AVILA, BENOIT JACQUES BIBAS, PAULO FRANCISCO GUERRERO CARDOSO, HELIO MINAMOTO, PAULO MANUEL PÊGO-FERNANDES