Dados do Trabalho


Título

BOCIO MERGULHANTE TRATADO CIRURGICAMENTE POR VIDEOTORACOSCOPIA: UM RELATO DE CASO.

Objetivo

Relatar o caso de uma paciente com bócio mergulhante sintomático, descrevendo o diagnóstico e a abordagem com tratamento cirúrgico através de cervicotomia e videotoracoscopia (VATS), além dos cuidados no pós-operatório realizados pela equipe de Cirurgia Torácica do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF).

Relato do Caso

Mulher de 55 anos, iniciou há 3 anos quadro de aumento do volume cervical, acompanhado de dispneia aos esforços e disfagia. Paciente sem comorbidades. Procurou o ambulatório de Cirurgia Torácica do HU-UFJF onde foi solicitada tomografia computadorizada (TC) de tórax, que evidenciou lobo direito da tireoide aumentado, medindo 15,4 x 6,0 x 10,0 cm, de contornos lobulados, com realce irregular de contraste, além de importante desvio da traqueia para a esquerda, com redução de sua luz, mantendo plano de clivagem com estruturas vasculares correspondentes. A TC de pescoço revelou volumoso bócio mergulhante no mediastino superior, com significativo desvio traqueal para a esquerda. Como a lesão se extendia até a região infracarinal, levantou-se a necessidade de abordagem torácica. Exames laboratoriais pré-operatórios evidenciaram função tireoidiana normal (TSH: 0,5 mil/L; T4L: 0,9 ng/dl), sem alterações no hemograma ou coagulograma. Realizada abordagem cirúrgica através de cervicotomia com dissecção dos pedículos vasculares e constatação da necessidade de abordagem torácica para a ressecção da lesão, quando então procedeu-se a VATS. Procedimento ocorreu com paciente em decúbito dorsal, com utilização de três portais em hemitórax direito e insuflação de gás carbônico com uma pressão de 9mmHg. Durante a VATS, foi aberta a pleura mediastinal e posteriormente a lesão foi liberada dos vasos do mediastino. Essa via de acesso possibilitou, com sucesso, a redução da lesão ao espaço cervical, facilitando sua remoção pelo pescoço. A paciente foi submetida a drenagem torácica fechada com dreno 28F e encaminhada à unidade de terapia intensiva, onde ficou sob cuidados por 24 horas. O dreno de tórax foi retirado com 48 horas de pós-operatório e a paciente teve alta hospitalar 72 horas após a cirurgia, tendo sido prescritos levotiroxina e carbonato de cálcio, com referenciamento para a endocrinologia para posterior acompanhamento. Retornou em primeira consulta ambulatorial de pós-operatório no serviço de Cirurgia Torácica, apresentando-se em bom estado geral, com fonação preservada e sem queixas. As feridas operatórias tinham bom aspecto, sem sinais de infecção ou deiscência.

Área

Cirurgia Minimamente Invasiva

Instituições

Universidade Federal de Juiz de Fora - Minas Gerais - Brasil

Autores

GABRIEL DAMASCENO ANDRADE, LAURA MELO WERNECK DE TOLEDO, LUCAS GARRIDO ALMEIDA, LAURA PAIXAO RESENDE, PAULA GOUVÊA ABRANTE, JULIANA DIAS NASCIMENTO FERREIRA , MARCUS DA MATTA ABREU