Dados do Trabalho
Título
TRATAMENTO DA PERFURAÇAO ESOFAGICA EM FASE TARDIA COM TUBO T DE MONTGOMERY: SERIE DE 5 CASOS CLINICOS
Objetivo
Perfuração esofágica representa situação grave, sendo prognóstico diretamente relacionado com tratamento precoce e adequado podendo resultar sobrevida da maioria dos pacientes. O objetivo deste trabalho é relatar experiência do serviço com emprego do tubo traqueal T de Montgomery no tratamento de perfurações esofágicas em fase tardia complicada com infecção/ mediastinite em uma série de 05 casos clínicos.
Relato do Caso
1- 54 anos, masculino, perfuração esofágica torácica por prótese dentária, 7 dias de evolução, toracotomia direita e colocação de tubo T no esôfago. Retirado tubo T por EDA no 17° PO. Alta hospitalar no 23º PO. EDA no 40º PO mostrando zona de cicatrização esofágica sem estenoses. 2- 61 anos, feminino, perfuração esofágica cervical por osso de frango, 9 dias de evolução. Cervicotomia direita e colocação de tubo T no esôfago. Retirado tubo T no 14º PO, alta hospitalar no 18º PO após controle endoscópico. EDA 60° PO que evidenciou zona de cicatrização esofágica sem estenose. 3- 62 anos, masculino, perfuração esofágica cervical por prótese dentária, 8 dias de evolução, cervicotomia direita e colocação de tubo T no esôfago. No 36° PO retirado tubo T via cervicotomia. Alta hospitalar no 49° PO. Após 6 meses apresentou disfagia para sólidos com necessidade de dilatação esofágica e sem recidiva em um ano. 4- 30 anos, feminino, perfuração esofágica cervical por espinho de peixe, 6 dias de evolução, cervicotomia e colocação de tubo T em esôfago. Retirado tubo T via cervicotomia no 27° PO. Alta hospitalar após fechamento da fístula cutânea. 5- 54 anos, masculino, perfuração esofágica torácica por prótese dentária, 5 dias de evolução, toracotomia direita e colocação de tubo T no esôfago. Retirado tubo T por EDA no 34° PO. EDA no 50° PO mostrando cicatriz em esôfago médio e inferior e sem orifícios fistulosos. As perfurações são mais frequentes no segmento cervical, seguido do esôfago torácico e abdominal. O tratamento de escolha para casos de perfuração esofágica ainda não é consensual. As condições clínicas do paciente, as condições locais no segmento do esôfago perfurado, a gravidade das lesões associadas e o tempo decorrido até o atendimento são essenciais para que a equipe cirúrgica institua o tratamento adequado. O uso de drenagem tubular transcervical ou transpleural tem sido usado conforme literatura há décadas, sendo mais recente o tubo T adaptado, em vez de tratamentos mais cruentos nesses casos sépticos, com melhora da sobrevida. Com essa mudança de conduta para casos de tratamento tardio observamos expressiva melhora na sobrevida desses pacientes com utilização do tubo T ao invés do emprego de cirurgias ressectórias e derivações que sempre evoluíam com grande mortalidade e morbidade gerando longos períodos de internação e necessidade de intervenções sequenciais nos casos sobreviventes. Em concordância com literatura revista encontramos resultados parecidos de sobrevida nesses casos de tratamento tardio usando o tubo T, semelhante ao tratamento precoce com os métodos cirúrgicos tradicionais, que apresentam altas taxas de mortalidade nessa fase tardia.
Área
Cirurgia do Mediastino
Instituições
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JULIO MULLER - Mato Grosso - Brasil
Autores
GERALDO MESSIAS SANTOS SILVA, PEDRO LUIS REIS CROTTI, LARISSA LARA GALVÃO DE MORAIS, STHEFANI ZARPELLON FRAGA, CAMILA PAIXAO MARQUES