Dados do Trabalho


Título

O ENSINO DA CIRURGIA TORACICA NO INTERNATO DAS FACULDADES MEDICAS DA REGIAO METROPOLITANA DE RECIFE

Objetivo

Avaliar o ensino da Cirurgia Torácica nos cursos de Medicina de instituições públicas e privadas de Pernambuco, analisar o impacto desta formação no contexto profissional e desenvolver um panorama geral acerca do ensino da especialidade.

Método

A pesquisa consistiu na aplicação de um questionário eletrônico a estudantes maiores de 18 anos, cursando o internato médico em escolas médicas públicas ou privadas da Região Metropolitana de Recife. Respondeu-se o formulário online com 20 perguntas de múltipla escolha sobre o nível de satisfação com o ensino de cirurgia torácica na faculdade em questão. As perguntas foram retiradas e adaptadas do artigo "Situação do ensino de pediatria e receptividade para implantação de metodologias ativas de ensino-aprendizagem sob perspectiva docente-discente" (SUGITA et al., 2010). As respostas embasaram-se na escala de Likert de cinco pontos: escala composta por cinco opções de resposta que variam de “Discordo totalmente” a “Concordo totalmente”, permitindo avaliar o grau de concordância quanto às proposições expostas.

Resultados

Os resultados mostram que, apesar da democratização da saúde e da educação, previstas na Constituição de 1988, na graduação médica, em Pernambuco, o ensino da cirurgia torácica tem sido deficitário - quando - vivenciado pelos discentes das escolas médicas da Região Metropolitana do Recife(RMR), visto que 39,4% dos estudantes das 26 turmas de medicina as quais estão no internato médico que responderam ao questionário discordaram em parte ou totalmente que Cirurgia Torácica é uma modalidade prevista na metodologia do curso de suas instituições.
A Medicina Baseada em Evidências deve ser o pilar do exercício médico, para tanto, faz-se necessária uma formação pautada em ciência e práticas que incluam também a cirurgia torácica, como bem orienta as Diretrizes Curriculares Nacionais. Porém, isso não se verifica, pois apenas 9,1% dos estudantes demonstraram-se satisfeitos com as atividades práticas de suas instituições de ensino e 6,1% com o conteúdo teórico em CT.
Embora a Educação Médica seja um tema muito discutido atualmente, as Sociedades Médicas, em geral, voltam-se mais às atividades de Educação Continuada, como as desenvolvidas em congressos, seminários e cursos, escanteando um dos pilares universitários, o ensino, no caso, em cirurgia torácica, o que é evidente na RMR.
Assim, formam-se médicos generalistas deficitários face ao cenário atual do ensino da cirurgia torácica na graduação médica da RMR: é desestruturado, deficitário, desorganizado, ao ponto de apenas 48,5% dos discentes perceberem uma estruturação da disciplina de CT de modo organizado e eficiente, o que corrobora ao fato de 27,3% desses terem dificuldades nas habilidades médicas, bem como aos conteúdos pertinentes à especialidade, comprometendo também o desenvolvimento do raciocínio clínico.
Entretanto, a preceptoria é ativa na Faculdade de Ciências Médicas da UPE, instituição na qual o programa de residência em cirurgia torácica é desenvolvido, o que acaba por ampliar o ensino da especialidade.

Conclusões

Percebe-se a defasagem no ensino em cirurgia torácica face à desestruturação nos serviços públicos, o que deve, de modo urgente, ser modificado na RMR.

Área

Ciência Básica

Instituições

Universidade de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

DIEGO MONTARROYOS SIMÕES, IURY PORTELA BORGES, KLAYTON MOURA SARAIVA FILHO, LETICIA LIMA FREITAS, MATHEUS LEMES GONDIN DE OLIVEIRA