Dados do Trabalho


Título

LAVAGEM PULMONAR TOTAL NA PROTEINOSE ALVEOLAR PULMONAR - ANALISE RETROSPECTIVA DE 33 CASOS

Objetivo

O principal tratamento da proteinose alveolar (PAP) é a lavagem pulmonar total (LPT), que tem como objetivo a melhora dos sintomas e da qualidade de vida. No entanto, não há padronização da LPT. O objetivo do estudo foi avaliar os resultados da LPT realizada no serviço, e identificar possíveis fatores de risco associados à complicações do procedimento.

Método

Foram analisados retrospectivamente pacientes com PAP submetidos a LPT em um centro de referência brasileiro entre abril de 2012 e agosto de 2022. A LPT foi realizada sob intubação seletiva, sob anestesia geral, utilizando soro fisiológico aquecido (35 graus) para a remoção do material proteináceo. Usando a análise descritiva e de regressão logística binária univariada, fatores prognósticos significativos para o desenvolvimento de complicações da LPT foram examinados. Dados em média +/- desvio padrão. Adotou-se nível de significância em p<0.05.

Resultados

Foram realizadas 33 LPTs em 12 pacientes, sendo 8 do sexo feminino (66.7%), média de idade de 41.9 anos (21.0 – 61.0). Vinte e cinco LPTs (75%) foram realizadas no centro cirúrgico, sendo 32 (97%) unilaterais. O posicionamento do paciente mais utilizado foi o decúbito dorsal horizontal (72.7%). O tempo médio transcorrido entre o diagnóstico e a realização da primeira LPT 2 ± 2.9 anos e o intervalo de tempo mediano de LPT no mesmo paciente foi de 106,5 dias (21,5 – 247,3 - IC 95%). A média de procedimentos realizados por paciente foi de 2.8 ± 1,9 (I.C. 95%). Em cinco anos, 41.7% dos pacientes realizaram mais de 3 procedimentos. A taxa de complicação foi 24,2% (8). Na análise univariada, o volume médio instilado foi 23.4 ± 7.8 litros, sendo esta a variável mais próxima de um fator de risco associado à complicações pós-LPT em comparação ao volume instilado de 17.7 ± 7.6 litros no grupo sem complicações (OR 1; IC 95% ; p = 0.085). A análise multivariada não revelou fator de risco para complicações. A mortalidade em 30 dias após o procedimento foi de 8.3% (1 paciente). Houve melhora significativa na escala mMRC pós-procedimento (p < 0,001).

Conclusões

Concluímos que a LPT é um procedimento não isento de complicações e mortalidade. Entretanto, há benefício funcional significativo para o paciente. Há necessidade de padronização da técnica nos centros de referência que realizam LPT.

Área

Pneumopatias Avançadas

Instituições

INCOR-HCFMUSP - São Paulo - Brasil

Autores

ANA CAROLINA DEAVILA, PAULA DUARTE D'AMBROSIO, HELIO MINAMOTO, ROBERTA KARLA BARBOSA DE SALES, PHILIPPE DE FIGUEIREDO BRAGA COLARES, PAULO MANUEL PÊGO-FERNANDES