Dados do Trabalho


Título

TUMOR DE ASKIN COMO ACHADO INCIDENTAL DA COVID-19: UM RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar o caso de uma paciente portadora de Sarcoma de Ewing (Tumor de Askin), cujo diagnóstico efetivou-se a partir de achados incidentais em exame de imagem durante propedêutica por quadro de COVID-19.

Relato do Caso

Paciente do sexo feminino, 24 anos, branca, apresentou queixa de dispneia e dor em hemitórax direito, após quadro leve de COVID-19. Após investigação médica, foi identificada, em radiografia de tórax, uma volumosa massa em mediastino posterior no hemitórax direito, tendo recebido o diagnóstico de Sarcoma de Ewing (Tumor de Askin), através de biópsia transtorácica. A paciente foi encaminhada para seguimento na Oncologia Clínica, onde se propôs tratamento com quimioterapia neoadjuvante, em esquema VAC/IE, em 17 ciclos. Ao fim do 15º ciclo, havia regressão parcial do tumor, estando a lesão restrita ao hemitórax direito, e a paciente foi encaminhada ao Hospital de Clínicas da Unicamp - HC/Unicamp, aos cuidados da cirurgia torácica, para reavaliação do tratamento e reestadiamento. Optou-se pela abordagem cirúrgica, sendo a paciente submetida a uma pleuropneumonectomia direita, associada a costectomia parcial do sétimo arco costal direito, devido à suspeita de origem do tumor nessa estrutura óssea. A paciente recebeu alta hospitalar no sétimo dia de pós-operatório, sem intercorrências em sua internação. A análise anatomopatológica e imunohistoquímica das amostras cirúrgicas corroborou a hipótese diagnóstica, correspondente a neoplasia pouco diferenciada de células pequenas e redondas de alto grau histológico, morfologicamente compatível com Sarcoma de Ewing (Tumor de Askin), medindo 14,0 x 5,0 cm nos maiores eixos, comprometendo parênquima pulmonar e pleuras visceral e parietal. Por sua vez, a lesão de parede posterior foi compatível com neoplasia pouco diferenciada de células pequenas e redondas, e o produto da costectomia não apresentou sinais de malignidade. Atualmente, a paciente mantém seguimento com a equipe de cirurgia torácica, após um ano da ressecção, sem evidências de recidiva da neoplasia. O Sarcoma de Ewing é o segundo tumor ósseo maligno primário mais comum e afeta principalmente jovens na segunda década de vida, pessoas brancas e homens - com uma proporção de 3:1 de homens para mulheres. O tumor de Askin é um raro subtipo de Sarcoma de Ewing, que ocorre na região toracopulmonar e representa um desafio diagnóstico e terapêutico, com prognóstico ruim e sobrevida reservada. No entanto, devido ao progresso no tratamento do Sarcoma de Ewing, com terapia local e quimioterapia adjuvante multiagente, houve uma melhora na taxa de sobrevida em 5 anos, de menos de 20% para mais de 70%, apesar de a taxa de recorrência permanecer alta, visto que se trata de uma classe altamente metastática de sarcoma.

Área

Oncologia Torácica

Instituições

Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (HC/Unicamp) - São Paulo - Brasil

Autores

BÁRBARA NUNES PONTES, MÁRIO LUCIO FERREIRA DA SILVA, LAIANE BICHO JANEGITZ, CAMILA GOMES MARTINS, ALÍCIA CABRAL DANIEL VICENTE, RICARDO KALAF MUSSI, JOSÉ CLÁUDIO TEIXEIRA SEABRA, IVAN FELIZARDO CONTRETA TORO