Dados do Trabalho


Título

PAARACOCCIDIODOMICOSE COM ACOMETIMENTO PULMONAR, MEDIASTINAL E ENDOBRONQUICO

Objetivo

Relatar caso de paracoccidioidomicose juvenil com acometimento linfonodal, pulmonar e intratraqueal que apesar do risco de obstrução de vias aéreas teve apenas tratamento clínico

Relato do Caso

Paciente masculino, 17 anos, natural de Pernambuco, residente em Monte Aprazível-SP, é encaminhado ao nosso serviço devido queixa de tosse e dispneia aos moderados esforços, com piora progressiva nos últimos 2 meses. Relatou ainda surgimento de linfonodomegalias cervicais, occipitais e retroauriculares que comprometiam abertura bucal e alimentação. Paciente referiu perda ponderal no período, associado sudorese noturna e febre não aferida.
Paciente sem antecedentes pessoais, tabagista com inalação de fumaça de narguilé. Antecedentes familiares com pai e tios em tratamento para tuberculose.
Ao exame físico apresentava linfonodomegalias em várias cadeias cervicais, indolores, móveis, não fixas à planos profundos e sem sinais flogísticos locais. Ausculta pulmonar sem alterações e sem estridor ou cornagem.
Exames laboratoriais de entrada demostravam leucocitose e ausência de eosinofilia. Função renal, tireoideana, hepática dentro da normalidade. Sorologias para sífilis, hepatites B e C, HIV negativos. Pesquisa tuberculose pelas amostras de escarro foram negativas.
Paciente acabou realizando tomografia computadorizada de tórax que mostrou importante linfonodomegalia mediastinal, lesões parenquimatosas (mais proeminentes à direita) e lesões endobrônquicas. Em seguida paciente foi submetido à videobroncoscopia para estudo e avaliação da via aérea, além de lavado broncoalveolar e biópsia das lesões. (IMAGENS DE AMBOS EXAMES EM ANEXO NO POSTER)
Os achados histológicos foram de esporos ao redor da célula mãe, caracterizando a “roda de leme” ou “criptosporulação” - compatível com o diagnóstico de Paracoccidiodomicose. Tratamento foi discutido com Infectologia e iniciado terapia endovenosa com Anfotericina e inicialmente com internação em UTI, pelo risco de obstrução de via aérea. A conduta inicial foi não desobstruir e remover as lesões pelo possibilidade de disseminação de esporos e doença pela árvore traqueobrônquica. A resposta ao tratamento foi rápida e eficaz, transicionando para Itraconazol via oral e paciente tendo alta hospitalar para seguimento ambulatorial. Broncoscopia de controle mostrou resolução satisfatória das lesões e após 11 meses, paciente já não apresentava linfonodomegalia cervical e mediastinal significativas. O caso relatado mostra manifestação de paracoccidiodomicose disseminada pelo tórax, mas que não houve necessidade de abordagem cirúrgica e apenas um follow-up pelas equipes de Cirurgia Torácica e Infectologia.

Área

Tratamento das Infecções Pulmonares

Instituições

FAMERP / Hospital de Base - São Paulo - Brasil

Autores

ISAAC FARIA SORES RODRIGUES, HENRIQUE NIETMANN, CELSO MURILO NALIO MATIAS DE FARIA, THAIS DELLA ROVERI CANOVAS, INGRID VIDOTO BERTA MARTINS, MARIA ISABEL SILVA CRISAFULLI, ANA LUISA MACHADO NOBRE, DANILLO BATISTA SILVEIRA