Dados do Trabalho


Título

SIMPATECTOMIA TORACICA VIDEOASSISTIDA PARA HIPERIDROSE FOCAL PRIMARIA: RESULTADOS EM 820 CASOS.

Objetivo

Analisar os resultados da simpatectomia em pacientes com hiperidrose focal primária.

Método

Análise de pacientes com hiperidrose focal primária submetidos à simpatectomia por toracoscopia entre 2002 e 2020, com ênfase em dados demográficos, local da queixa, prejuízo funcional e social, procedimento realizado, resultado pós-operatório e grau de hiperidrose compensatória. Os dados obtidos foram analisados pelos softwares SigmaStat 3.5 e Epi Info 7. Os dados contínuos com distribuição normal foram comparados por Análise de Variância (ANOVA), e com distribuição não-normal por Kruskal-Wallis, complementados pelo método de Dunn para identificação das diferenças. Os dados categóricos em escores foram analisados por Kruskal-Wallis e complementados pelo método de Dunn. Os dados nominais foram analisados pelo teste de Chi-Quadrado. Um valor de p < 0,05 foi considerado estatisticamente significante. Tal estudo foi submetido e aprovado pela Comitê de Ética da Faculdade de Medicina de Jundiaí, No 041942/2015.

Resultados

Foram analisados os prontuários de 820 pacientes submetidos à simpatectomia por hiperidrose primária, sendo MP: 363 (44%), MAP: 341 (42%), Ax: 101 (12%) e CF: 15 (2%). A idade média da amostra foi de 23,8 ± 7,3 anos (mediana 22,5 anos; 10-54 anos). A idade foi significativamente mais elevada no grupo Ax vs. MP e MAP (p<0,001), no grupo CF vs. MP (p<0,001), MAP (p<0,001) e Ax (p=0,026), e no grupo MAP vs. MP (p=0,023). O sexo feminino foi maioria (66%) e predominante em MP, MAP e Ax vs. CF (p<0,05), e MAP vs. MP (p=0,042). O IMC médio foi de 22,3 ± 3,0 kg/m², sendo mais elevado em CF vs. MP (p=0,002), MAP (p=0,022) e Ax (p=0,029), bem como em Ax > MP (p=0,020) e MAP (p=0,017). Na distribuição por faixas, 681 (83%) se encontravam com IMC < 25 kg/m². O grupo CF (2% dos pacientes) apresentou IMC > 25 kg/m² mais elevado que MP (p=0,005) e MAP (p=0,006). A limitação funcional foi significativamente mais elevada para MP e MAP vs. Ax e CF (p<0,001), bem como para MP vs. MAP (p=0,001). Em contraste, a limitação social foi significativamente maior para Ax vs. MP e MAP (p<0,001), MAP vs. MP (p<0,001) e CF vs. MP (p=0,009). A percepção de melhora pós cirurgia foi maior para MP vs. MAP (p<0,001) e CF (p=0,002). Adicionalmente, houve melhora para Ax vs. MAP (p=0,001) e CF (p=0,020). A dor pós-operatória referida após 10 dias do procedimento (escala de 0 a 10) foi significativamente maior no grupo Ax vs. MP e MAP (p=0,001). O grau de sudorese compensatória após 10 dias da cirurgia foi mínimo em todos os grupos (Total: 1,2 ± 0,6; MP: 1,1 ± 0,5; MAP: 1,2 ± 0,6; Ax: 1,4 ± 0,6 e CF: 1,8 ± 0,6), sendo mais elevado no grupo CF vs. Ax (p=0,004), MP e MAP (p<0,001), e também para MAP vs. MP (p=0,027) e Ax vs. MP (p<0,001) e MAP (p=0,021). As complicações relativas ao procedimento cirúrgico encontradas foram: pneumotórax residual mínimo, que não exigiu drenagem pleural (2 casos; 0,2%) e deiscência parcial das incisões (10 casos; 1,2%).

Conclusões

Na análise desta série de pacientes com hiperidrose primária submetidos à simpatectomia torácica, observamos que os sítios palmar-plantar (MP) e palmar-axilar-plantar (MAP) foram os mais frequentes, com predominância no sexo feminino, com IMC < 25 kg/m² em 83% dos pacientes, com limitação funcional maior nos sítios MP e MAP, e limitação social maior em Ax, MAP e CF. A percepção de melhora dos sintomas pós cirurgia foi elevada em todos os grupos, em especial no grupo MP, e a dor e sudorese compensatória após 10 dias da cirurgia foram inexpressivas em todos os grupos.

Área

Cirurgia Minimamente Invasiva

Instituições

Faculdade de Medicina de Jundiaí - São Paulo - Brasil

Autores

TIAGO SILVA SANTOS, EVALDO MARCHI, THIAGO GANGI BACHICHI, DANIELA JOAQUIM TAMEGA, JOSE RIBAS MILANEZ DE CAMPOS, MARIA HELENA SOUSA